João José Leal

Promotor de Justiça, professor aposentado e membro da Academia Catarinense de Letras - [email protected]

Natal outra vez

João José Leal

Promotor de Justiça, professor aposentado e membro da Academia Catarinense de Letras - [email protected]

Natal outra vez

João José Leal

Começo esta crônica com os versos de Laerte Tavares, meu colega de Academia de Letras, formado nas artes da engenharia e poeta das emoções mais profundas e transcendentais da alma humana. Pois é, como escreve o poeta, estamos chegando ao final de 2019. Na próxima quarta-feira, já será Natal e este jornal não vai circular. Assim, esta é minha última crônica deste ano.

Não é só o poeta a cantar que os dias passam rápido e que o tempo tem asas. Já estou escutando o velho bordão “é Natal outra vez”, repetido por alguns amigos. Dizem-me que, neste este ano de 2019, nem viram passar os dias. Numa mesa de café, disse-me um deles: “Imagina, nem parece que a posse de Bolsonaro e a tragédia de Brumadinho já vão completar um ano”.

É sempre assim. Temos a impressão de que o ano passou veloz, num galope tão disparado que não nos foi possível domar esse deus que a mitologia grega chamava de Cronos, esse Titã que marca implacavelmente o ritmo da nossa existência.

Sim, a impressão é de que as horas e os dias deste ano passaram tão depressa que não vimos direito o que aconteceu na vida da nossa comunidade e da nação. E o que dizer dos acontecimentos ocorridos em todos os cantos dessa imensa arca chamada Planeta Terra, com seus mais de 7 bilhões de seres lutando por um lugar ao sol? Na verdade, quando chegamos ao final de ano sentimos que o tempo foi curto até para resolver todos os nossos problemas.

No entanto, é preciso reconhecer que esse nosso sentimento em face do ritmo tempo não passa de uma falsa impressão, alimentada pelas muitas coisas que deixamos de fazer ou que ficaram para trás mal resolvidas e pelo amargor dos fracassos sofridos. Como não podemos voltar ao passado, temos a sensação de que o tempo, com seu ritmo cronologica e implacavelmente marcado, passa rápido demais.

Sensação e falsa impressão à parte, o fato é que, com absoluta certeza, podemos afirmar que este ano, como todos os demais já passados, durou exatamente 365 dias de 24 horas e cada uma destas durou os seus exatos 60 minutos. Afinal, o relógio que marca o tempo das nossas vidas não muda, não aumenta nem diminui os minutos e se move eternamente com uma infinita exatidão.

Aos meus estimados leitores de todas as quartas-feiras, desejo um Natal e um Novo Ano de muita Paz.

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