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Nesta terça-feira, a história de dona Ursula Farias no Anônimos

A vida de luta de dona Ursula, que encarou as dificuldades que a vida lhe impôs

A força de Dona Ursula, que não parou por causa da cadeira de rodas – Crédito: Sarita Gianesini
Cheiro de pão. Mas não pão de padaria, que apesar de ser macio parece ser igual sempre. O cheiro de pão feito em casa, amassado, deixado crescer por causa do fermento biológico, amassado de novo, mais um descanso e o forno. Às 8h55 da manhã, os dois pães amassados por dona Ursula estavam prontinhos para sair do forno. 
Bem que ela disse que poderia conversar perto das nove, quando o pão já estivesse pronto. Como via minha mãe e minhas avós fazerem: saindo da fôrma para ser envolvido por um pano de prato um pouquinho umedecido. Dois pães fumegando sobre a mesa e espalhando um cheiro bom de lembrança, dona Ursula começou a puxar as suas. 
– É uma vida de luta. Minha vida não foi fácil. Teve mais espinhos do que pétalas. 
Não que tenha dito isso sem dor. Atrás das palavras muito bem articuladas, ela fala com  a voz segura de quem aprendeu a enfrentar as contingências da vida. Apenas porque era preciso enfrentar, ir em frente de um jeito ou de outro. Isso é a vida. E talvez até o que acomodamos a chamar de inevitável seja escolha nossa. Ou não. Cada um decide como encarar: com lamúrias estáticas ou se moldando ao que é preciso fazer, sabendo onde se quer chegar. Lá, adiante. 
** Este é o início da história que você vai encontrar na edição impressa do MDD desta terça-feira, 28, na página dos “Anônimos”.