Neve no Vale: relembre passagem do fenômeno que ocorreu há 10 anos em Brusque e região
Amanhecer do dia 23 de julho de 2013 ficou marcado na vida de muitos brusquenses
Você se lembra da vez em que caiu neve em Brusque? Foi durante a noite de segunda-feira, 22, e no amanhecer de terça-feira, 23 de julho, de 2013. Há 10 anos, os brusquenses puderam ver de perto o fenômeno. Árvores, casas, carros e morros ficaram pintados de branco.
Além de Brusque, Guabiruba, Botuverá, Nova Trento e Vidal Ramos também registraram a passagem de neve. Os brusquenses que moravam no bairro Cedro Alto, na época, se surpreenderam com o cenário branco ao amanhecer. Nas partes mais altas dos bairros Aymoré, Lageado Alto e Planície Alta, em Guabiruba, os moradores também registraram o fato. Em Botuverá, a neve caiu no bairro Ribeirão Porto Franco.
Já em Nova Trento a neve atingiu os bairros Claraíba, Aguti, Vígolo, Morro da Onça, Pitanga, Lageado, Tirol e Frederico. Além disso, picos mais altos, como o morro da Cruz, monte Bela Vista e o monte Barão de Charlach, amanheceram cobertos pelo gelo. De acordo com a Defesa Civil do município, o fenômeno não acontecia há mais de 50 anos.
Em Vidal Ramos, cerca de 30% do território do município amanheceu coberto pela neve. Em alguns lugares, o acumulo gerou uma camada com mais de 15 cm de espessura. Os bairros que registraram o fenômeno foram: Águas Frias, Rio das Pacas, Campestre, Lembrança, Fazenda Rio Bonito, Faxinal, Chapadão do Tigre, Cinema, Fartura e Alto Santa Luiza, de acordo com a prefeitura.
“Clima europeu”
No dia seguinte, quarta-feira, 24 de julho, a capa do jornal O Município, então Município Dia a Dia, trazia a informação de que mais de 80 municípios haviam sido afetados pela neve. Reveja:
A principal matéria do dia trazia a novidade da cidade. A capa, intitulada “Vale abaixo de zero”, vinha sobre uma foto que mostrava a situação no morro Santo Antônio, em Guabiruba, durante a noite de segunda e manhã de terça.
A Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), por meio do Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa Catarina (Ciram), informou que desde o início dos monitoramentos de clima no estado, nos anos 90, aquela foi a primeira vez que o fenômeno foi registrado. Após o evento da queda de neve em 2013, não foram registrados outros casos de neve no Vale do Itajaí, afirmam metereologistas.
Confira algumas imagens:
O que dizia a previsão?
Na semana anterior, a previsão já informava que as temperaturas baixariam em todo o estado de Santa Catarina, mas que o frio se intensificaria a partir de domingo, 21, um dia antes da formação de neve na região do Vale do Itajaí.
Em Brusque, na segunda-feira, a previsão era de uma mínima de 5ºC com máxima de 11ºC. Para o dia anterior, a previsão, segundo o Climatempo, era de 8ºC e a máxima de 19ºC.
Para os dias seguintes, o Ciram alertava a população sobre frio intenso que estaria acompanhado de tempo seco, mas sem a companhia da neve na região, até o final da semana.
Sítio Moresco
Por fim, a edição do impresso de 24 de julho trouxe a história de 12 amigos que decidiram ir até o sítio da família Moresco, em Guabiruba, com a intenção de ver a neve, mas sem muita expectativa, e acabaram se encantando com o que presenciaram. “Foi emocionante, provavelmente ninguém nunca mais vai ver isso”, disse Murilo Caetano, um dos presentes no sítio, com 29 anos à época.
Leandro Moresco, que tinha 37 anos na data do acontecido, contou que nunca havia visto neve na região desde que a família adquiriu o espaço, há quase 30 anos, na época.
Outro integrante do grupo, José Natalício Veque, com 43 anos no dia do fato, também ficou surpreso com o fenômeno. “Estava muito frio, mas foi emocionante, pois nunca na minha vida vi neve, é uma sensação muito boa, sem explicações. Vou ter muita história pra contar”, diz ele.
O peso do acumulo da neve nas árvores ocasionou na queda de algumas e na danificação de fiações do sítio, o que fez com que o grupo ficasse durante toda a madrugada no local.
Assista agora mesmo!
“Não tem lugar parecido”: como Botuverá tornou-se caso raro de preservação do dialeto bergamasco no mundo: