José Francisco dos Santos

Mestre e doutor em Filosofia pela PUC/SP, é professor na Faculdade São Luiz e Unifebe, em Brusque e Faculdade Sinergia, em Navegantes/SC e funcionário do TJSC, lotado no Forum de Itajaí/SC.

Ninguém se improvisa

José Francisco dos Santos

Mestre e doutor em Filosofia pela PUC/SP, é professor na Faculdade São Luiz e Unifebe, em Brusque e Faculdade Sinergia, em Navegantes/SC e funcionário do TJSC, lotado no Forum de Itajaí/SC.

Ninguém se improvisa

José Francisco dos Santos

Nos próximos dias, Brusque terá intensa programação referente à 8ª Semana da Família, organizada pelo Grupia. Para entrar no clima, relembro a frase do título, que aprendi com um missionário do PIME, que foi meu diretor espiritual na década de 1980. A ideia é que nós não podemos desenvolver comportamentos elevados ou refinados no futuro, se não os preparamos hoje. Ou, como diz minha esposa, “quem vai ao mar precisa se preparar em terra”. O atleta de amanhã está sendo preparado com muito treino físico e cuidado com a saúde hoje. Se o aprendiz de músico não estuda as partituras e acerta o compasso hoje, não poderá acompanhar a orquestra amanhã.

Ora, por que seria diferente com o casamento e a vida familiar? Se os jovens vivem completamente desregrados hoje, para “aproveitarem a vida”, como poderão ser maridos e esposas fiéis e dedicados no futuro? Se hoje ninguém se sacrifica por nada e só quer o que lhe apetece no momento, como se enfrentarão as inúmeras dificuldades e sacrifícios da vida matrimonial? Não é de espantar que os casamentos tenham vida tão curta. A “solteirice”, entendida como passe livre para aprontar o que se deseja, se tornou um estilo de vida. Muitos acabam se casando por tradição, por gravidez indesejada ou por qualquer outro motivo, mas pretendem continuar levando a vida de solteiros. O casamento como prisão ou “forca”, como dizem as piadas, tornou-se uma triste realidade para muitos. Mas como se improvisarão pessoas que amam de verdade se o seu “treino” foi só curtição?

Como respeitarão e exigirão respeito se nunca se deram ao respeito antes? A caretice dos tempos de outrora trazia uma pedagogia importante, que infelizmente perdemos. O que no passado era proibido foi se tornando tolerável, depois ficou normal e hoje já é praticamente obrigatório. E essa mudança foi acontecendo no sofá das nossas salas, onde a novela, as músicas e as danças de sucesso catequizaram nossas almas para a “modernidade”. Invertemos completamente os valores e estamos pagando um preço alto por isso.

Um casamento precisa de amizade para se sustentar. A amizade é um amor que independe de sexo e erotismo, e existe entre pessoas que compartilham ideais comuns e se ajudam mutuamente nas dificuldades da vida. Mas o namoro pansexualizado de hoje tem espaço para o desenvolvimento desse afeto?

Se ninguém se improvisa, temos que desenvolver hoje as atitudes que nos tornarão aptos para os ideais que almejamos. Mas, para tanto, é preciso começar colocando o amor conjugal e a família como um ideal a ser alcançado. Temos muito o que aprender e muita “tarefa” para colocar em dia.

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