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No Anônimos de quarta-feira, 22 de agosto, conheça a história de seu Luiz: entre a vida de professor e bailes animados no fole

– Eu conto isso para os outros, porque uma palavra muda a pessoa. Foi assim que dona Vitória Zulma, 75 anos, encerrou a história de como conheceu o marido,  Luiz da Silva, 79 anos, companheiro de toda uma vida há 54 anos. Seu Luiz, só sorri de canto, meneia a cabeça envergonhado, e sorri de […]

– Eu conto isso para os outros, porque uma palavra muda a pessoa.
Foi assim que dona Vitória Zulma, 75 anos, encerrou a história de como conheceu o marido,  Luiz da Silva, 79 anos, companheiro de toda uma vida há 54 anos. Seu Luiz, só sorri de canto, meneia a cabeça envergonhado, e sorri de novo. 
Luiz conhece Zulma há quase seis décadas, dos tempos de mocidade quando começou a ensinar a meninada a ler e escrever lá em Gaspar. Foi mais ou menos assim: ele dava aula, lá na escolinha do Arraial dos Claudinos, ela morava bem dizer, em frente à escola. Ele, além de professor tocava um acordeão e logo fez amizade com os irmãos dela, que também brincavam com fole. 
Ele, passou a frequentar a casa dela. E com os irmãos dela, ia para Itajaí tocar nos bailes. Como era a única filha ainda em casa, ela sempre tinha serviço demais para conseguir sair. Zulma nem sentia nada por Luiz. 
Mas isso só até o dia em que passando pela rua da vila, a irmã mais velha fez um comentário sobre o professor 
Luiz que esperava a condução para voltar a Brusque: 
– Que moreno bonito. 
E Zulma viu Luiz. E a cada vez que se viam de novo, era um frio na barriga. Da palavra dita por outra pessoa, nasceu um amor que vive há mais de meio século.