Nossa herança cervejeira
O consumo da cerveja artesanal deixou de ser uma mera tendência de mercado no Brasil e já é considerada como uma oportunidade para o desenvolvimento econômico e turístico. Do preparo do malte de cevada e da adição de água e lúpulo à fermentação, maturação, filtragem e envase, a produção de cervejas em Brusque e Guabiruba […]
O consumo da cerveja artesanal deixou de ser uma mera tendência de mercado no Brasil e já é considerada como uma oportunidade para o desenvolvimento econômico e turístico. Do preparo do malte de cevada e da adição de água e lúpulo à fermentação, maturação, filtragem e envase, a produção de cervejas em Brusque e Guabiruba teve início no século XIX, logo nos primeiros anos após a colonização da região.
Nos primeiros tempos da Colônia
Apenas dois anos após a sua fundação, em 1862, na Colônia Itajahy-Brusque já existiam cervejarias. Entre as que marcaram a história, encontramos a Cervejaria de Friedrich Wilhelm Thies, a Cervejaria Kormann, a Cervejaria Klapoth, a cervejaria Henrique Appel e Irmãos, e a Cervejaria de Nicolau Lauritzen, a qual inclusive produzia a ‘gasosa’.
Uma cerveja doce típica das áreas de colonização alemã e que o Barão Maximiliano von Schneeburg, primeiro administrador efetivo da Colônia, descrevia como sendo uma “espécie de limonada”. Ele se referia à “Süssbier”, cerveja feita com gengibre, de coloração branca, sabor adocicado bastante picante, que fermenta naturalmente e se assemelha a um refrigerante.
Cerveja artesanal
A cerveja artesanal é produzida de forma quase caseira, mesmo que utilizando equipamentos modernos e engarrafando a produção, a exemplo do que fazem várias microcervejarias. Quando você ouve falar em cerveja artesanal, sabe que o termo se refere a cervejas diferenciadas, com produções mais restritas (mas não necessariamente pequenas).
É aquela cerveja da qual você conhece a procedência, sabe de quem é a receita, onde foi desenvolvida, em que fábrica foi produzida e tem certeza da utilização de ingredientes puramente naturais (não químicos), sejam eles o malte, o fermento, o lúpulo e água, sejam eles aquelas combinações nada convencionais, como frutas de época que são adicionadas por alguns produtores artesanais às suas receitas de cerveja.
O apreciador da cerveja artesanal também sabe que ela tem elementos que ninguém vai conseguir explicar: aquilo que você consegue captar da cor da cerveja que você escolheu, perceber como a espuma dela se formou e por quanto tempo persistiu no copo, os aromas intensos ou suaves que fizerem sua cabeça girar e voltar ao passado e, finalmente, as texturas e sabores tão diversos que preencheram sua boca a cada gole, lhe levando a uma experiência que, sem sombra de dúvidas, foi única e só você pôde reter.
Oportunidades de mercado
O mercado brasileiro de cerveja está entre os três maiores do mundo, atrás apenas da China e dos Estados Unidos e, em que pese a grande extensão territorial do Brasil, mais de 90% das microcervejarias estão localizadas nas regiões sul e sudeste. Em Santa Catarina, as cervejarias artesanais estão concentradas principalmente nas áreas de colonização alemã, como nas regiões de Blumenau, Joinville e Brusque, e o crescente mercado das cervejarias artesanais demanda pela qualificação do setor.
Qualificação profissional em Brusque
Como instituição comunitária atenta às demandas regionais e objetivando o desenvolvimento econômico e a aplicação de inovações tecnológicas nos segmentos cervejeiros, o Centro Universitário de Brusque (Unifebe) lançou a Cervejaria Escola e passou a ofertar diversos cursos de curta-duração e pós-graduação para a área, entre eles a especialização em Tecnologia Cervejeira, que está com inscrições abertas.
Presencial, a pós-graduação é desenvolvida em parceria com uma cervejaria local e tem como diferencial competitivo aulas teóricas e práticas com professores altamente qualificados e com experiência na arte do preparo do malte, fermentação, maturação, filtragem e envase.