“Nosso objetivo era expor o problema, polemizar”, diz Luciano Hang sobre sugestões para o trânsito da Primeiro de Maio
Proprietário da Havan fala sobre vídeos polêmicos e campanha de educação para motoristas e pedestres
Proprietário da Havan fala sobre vídeos polêmicos e campanha de educação para motoristas e pedestres
Dois vídeos publicados pela Havan no Facebook na sexta-feira, 20, em que o diretor-presidente da rede, Luciano Hang, sugere modificações no trânsito da avenida Primeiro de Maio, como a retirada de lombadas, tachões e ciclofaixa, geraram muita polêmica nas redes sociais.
De imediato, os vídeos tiveram um grande alcance – mais de 150 mil pessoas visualizaram – e motivaram uma reflexão sobre os problemas do trânsito nesta região de Brusque. Passada toda a agitação gerada pelas publicações, Hang afirma que o principal objetivo com a divulgação dos vídeos foi alcançado.
De acordo com ele, a ideia era provocar a população para refletir sobre o que pode ser feito para melhorar a situação do local. Na página da Havan no Facebook, por exemplo, foram mais de três mil comentários. A maioria, criticando as sugestões dadas por Hang.
O diretor-presidente da Havan afirma que leu todos os comentários no fim de semana e chegou à conclusão de que é preciso mais conscientização da população no trânsito.
Em entrevista a O Município na tarde de ontem, Hang falou sobre toda a polêmica que surgiu em torno do trânsito na avenida Primeiro de Maio, da campanha de educação no trânsito que a Havan lançou ontem, além das novidades do Complexo Industrial Renaux.
Hang afirma que a campanha Trânsito Amigo, lançada pela Havan ontem, é um complemento dos vídeos publicados na sexta-feira. Ele destaca que a ação é um primeiro passo para que ocorra mudanças no trânsito do município. “Nosso objetivo era provocar uma discussão, expor o problema e polemizar, provocando novas ideias e sugestões de mudança para melhorar Brusque”.
De acordo com ele, o foco é convidar as pessoas a participarem de discussões para a busca de soluções, além de criar uma consciência sobre as causas dos problemas de mobilidade, engarrafamentos, direção perigosa, riscos de acidentes e outros relativos ao trânsito.
Além de propagandas em várias mídias, a ideia é chamar representantes das secretarias de Trânsito e Educação, Polícia Militar e Guarda de Trânsito, para pensarem juntos os rumos da campanha. Hang diz que a intenção é produzir uma cartilha com orientações para ser distribuídas nas escolas do município.
“Sem o poder público, a campanha não funciona. As pessoas acham que têm que fazer lombada ou faixa elevada, mas será que tem necessidade ou é porque nós não respeitamos e por isso temos que implantar essas faixas elevadas? Temos que educar o povo a parar na faixa de pedestres. Assim, não será preciso implantar as elevadas”.
Hang afirma que as lombadas ou faixas elevadas só existem devido à falta de conscientização da população no trânsito. Para ele, o ideal seria que todas as lombadas fossem eliminadas, entretanto, antes, é preciso educar. O diretor-presidente da Havan diz ainda que seria mais viável substituir as lombadas físicas por semáforos para pedestres, ou então lombadas eletrônicas.
“A lombada física fica 24 horas parada, atrapalha 100% da população. A lombada eletrônica só pune quem passa além do limite de velocidade, e o semáforo para pedestres é prático. A pessoa aperta o botão, espera alguns segundos, o trânsito para e pode passar. O preço de um semáforo desses fica R$ 15 mil, a lombada física fica R$ 8 mil, é pouca diferença. A lombada física pune 100% da população e para todo o trânsito, mesmo quando não tem necessidade”, diz.
“Vou entrar em contato com a prefeitura, se for o caso, a Havan faz uma doação para a prefeitura de um semáforo desses para colocar em frente ao Senai e fazer um teste”, completa.
O dono da Havan diz que já está em seus planos algumas melhorias para a avenida Primeiro de Maio, principalmente, nas proximidades do Centro Industrial Renaux, a Fábrica Renaux, recém adquirida por ele.
Entre elas, está o conserto das calçadas em uma área aproximada de três quilômetros. “Toda a parte que adquirimos da Renaux até o Beneficente, vamos arrumar e fazer com que as calçadas sejam para pedestre e para ciclista. O que pudermos fazer para ajudar, vamos fazer”, diz.
O empresário também deve contribuir cedendo terreno para a implantação da rótula, no acesso à rua Nova Trento.
Hang também pretende resolver os problemas das enxurradas que afetam parte da avenida Primeiro de Maio e também a rua Florianópolis.
“Temos problemas de enchentes na rua Florianópolis e também da fábrica para baixo. Queremos fazer aquele piscinão que já tinha na Renaux e que possa resolver o problema. A ideia é que tenha um dick e quando dá trovoada, o pessoal vai lá e abre, como a Renaux já fazia antes. É assim que tiraram as enchentes de vários pontos de São Paulo”, afirma.
Hang diz que está sendo bastante procurado por empresas de diversos segmentos interessadas em se instalar na Villa Schlösser e também no Centro Industrial Renaux.
Já confirmadas no espaço que era da Companhia Industrial Schlösser estão a Uniasselvi e a Hiper, além delas, há empresas de coworking (escritório com espaço compartilhado), salão de beleza, parque de festas, clínicas, academia, casa noturna, imobiliárias e restaurantes interessados em fazer parte do projeto. “Vai ser um mini centro da cidade”, afirma.
Na Renaux também há bastante procura de empresas ligadas ao setor têxtil. “Vou receber uma fiação amanhã (hoje), já tive com empresários de confecção, tinturaria. Espero que, logo, logo, possamos ter ali mil colaboradores e que eles venham do Poço Fundo, Águas Claras, Ponta Russa, já fiquem ali, e sejam menos mil veículos que tenham necessidade de ir para o Centro”.
O empresário também destaca a importância da duplicação da rodovia Antônio Heil para atrair novos investidores para a cidade. “Eu já vendi o nosso peixe para vários fornecedores. Se forem aumentar suas empresas, que venham para Brusque, para o Complexo Renaux”.
Além do projeto de reativação do local, Hang também pensa na preservação de documentos históricos da Renaux. “Tem arquivos desde a fundação da fábrica e com a foto e o cadastro dos empregados. Estamos falando com universidade para nós escanearmos todos esses documentos para que as pessoas possam acessar pelo computador”.
Hang também afirma que deve começar nesta semana a decoração de Natal em uma das árvores centenárias dentro do complexo da Renaux. “A mesma equipe que faz para a Havan fará o contorno daquela árvore que fica próxima à casa. Vai ficar muito bonita”.
Como já arrematou o patrimônio da Fábrica Renaux e parte da Companhia Industrial Schlösser, muitos se perguntam se Hang também comprará o patrimônio da Buettner, também em processo de falência.
“Ainda está cedo. Estou muito feliz pelo trabalho que a gente fez, poder resgatar esses nomes da cidade. Sou um cara que pensa muito no passado e poder resgatar a história dessas duas empresas é fantástico”.
O empresário descarta a possibilidade de concorrer a um cargo eletivo na eleição de 2018. “Estou sendo sondado, mas é zero a possibilidade de ser candidato. O nosso maior projeto é com a empresa. Vamos poder ajudar muito mais gente e muito mais entidades continuando na Havan. Quanto mais a empresa cresce, mais vou poder fazer, comprar, produzir. Minha ajuda é continuar sendo diretor da Havan”.