Sessão na Câmara e homenagem à líder político marca evento em Nova Trento
Hyppolito Eugênio Boiteux recebeu placa em seu túmulo, no cemitério municipal
Hyppolito Eugênio Boiteux recebeu placa em seu túmulo, no cemitério municipal
Em sequência aos festejos dos 150 anos de fundação da Colônia Imperial Príncipe Dom Pedro, Nova Trento também recebeu homenagens. Na tarde de sexta-feira, 10, uma sessão solene na Câmara de Vereadores contou com a presença das autoridades locais, regionais, estaduais e também, do príncipe Dom Bertrand de Orleans e Bragança.
O historiador Paulo Vendelino Kons discursou sobre a importância das homenagens e relatou um pouco da história aos que estavam presentes. Para ele, é bastante significativo o resgate histórico para que se possa reconhecer o trabalho, a luta e a dedicação na vida de todos os imigrantes e descendentes. “O sentido de tudo isso é representar, reconhecer, homenagear e fazer memória a todos que colonizaram e desenvolveram essas humildes colônias”, diz.
Além disso, Kons destaca a necessidade do respeito pelo passado e responsabilidade pelo futuro. “Ninguém ama aquilo que não conhece, e ninguém esquece daquilo que ama. E nós amamos essa história de vida, porque graças a ela prosperaram essas comunidades em que estamos hoje estabelecidos”.
Bastante honrado com o evento, o prefeito de Nova Trento, Gian Francesco Voltolini afirma que sente grande orgulho e gratidão em ver Nova Trento receber as homenagens, além de contar com a presença do príncipe regente. “É uma prova viva da nossa história. Vale destacar que foi por meio dos atos políticos dos ancestrais que hoje existimos, pois foi assim que trouxeram os colonizadores naquela época”.
O desembargador Carlos Alberto Civinski, representando o Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC), acompanhou todas as celebrações da sexta-feira. Para ele foi satisfatório poder prestigiar os eventos, ainda mais por ser filho de imigrantes que vieram da Polônia e da Itália.
Homenagem ao pioneiro
Logo após a sessão na Câmara de Vereadores, os presentes se dirigiram até o cemitério municipal, onde foram recepcionados pela centenária banda Padre Sabbatini. No local, o príncipe Dom Bertrand de Orleans e Bragança depositou sobre o túmulo de Hyppolito Eugênio Boiteux uma coroa de flores. Além disso, foi feito o descerramento do pano que encobria uma lápide, anexa ao túmulo, com uma homenagem a Boiteux.
Segundo Kons, Hyppolito Eugênio Boiteux, foi um grande líder de Nova Trento, cujo pai nasceu em 1938, na comunidade hoje chamada Colônia, em São João Batista. “O avô de Hyppolito foi o primeiro diretor da primeira colônia italiana no Brasil. Estrategicamente o escolhemos por representar esse variado tecido social, multiétnico, formador da Freguesia de São Luis Gonzaga, a partir do território da colônia imperial Príncipe Dom Pedro, que vieram a formar os municípios da região”, explica.
O professor de língua italiana Juliano Mazzola afirmou que os atos comemorativos não pretendem voltar ou estacionar no passado, mas vislumbrar um futuro melhor para o município, estado e nação. “Jogar luz nos fatos do passado ajudam a entender o que somos no presente e para onde vamos no futuro”, pontua.
O dia de comemorações encerrou com uma celebração presidida pelo arcebispo de Florianópolis, Dom Wilson Tadeu Jöck, na igreja matriz São Virgílio, em Nova Trento. Os corais do Santuário de Azambuja e da Igreja Matriz São Luis Gonzaga cantaram na missa solene.