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Novo Augusto Bauer: prós e contras do estádio após a reforma

Fora do campo de jogo, retorno do Brusque foi marcado por presença em peso da torcida, setores novos e algumas confusões

O Brusque jogou, nesta segunda-feira, 14, no estádio Augusto Bauer, após a reforma iniciada em 2023. A primeira partida do quadricolor no estádio foi marcada não apenas pela vitória por 1 0, mas pelo entorno do campo de jogo.

Boas novidades e a presença em peso da torcida contrastaram com falta de sinalização, pontos cegos e saída congestionada. O mais marcante foi as câmeras chacoalhadas na transmissão do SporTV/Premiere por causa das estruturas em que os cinegrafistas ficaram. O episódio repercutiu de forma negativa nas redes sociais e o estádio foi criticado pela equipe de transmissão.

Leia também: Torcedores do Brusque avaliam nova arquibancada e estruturas do novo Augusto Bauer

Confira a seguir uma lista de pontos positivos e negativos do estádio Augusto Bauer neste retorno do Brusque.

Positivos

Gramado sintético

A utilização do gramado sintético no futebol é alvo de debate, por conta das diferenças em relação ao gramado natural e por causa da maior probabilidade de lesões nos atletas. Na Eredivisie, primeira divisão holandesa, gramados sintéticos serão totalmente banidos a partir de 2026.

Contudo, especificamente no caso do Brusque, considerando o histórico de problemas nos gramados naturais que o Augusto Bauer apresentou nos últimos anos, a mudança pode ser vista como positiva.

Com maior durabilidade, o gramado sintético proporciona uma superfície mais regular neste retorno ao Augusto Bauer e se torna uma arma do quadricolor, que passa a treinar e a jogar neste tipo de grama, diferentemente da maioria das equipes.

Nova cobertura

O setor atrás do gol tem agora uma cobertura, protegendo mais torcedores da chuva. As condições do tempo não serão um impeditivo do mesmo tamanho que antes para a torcida comparecer ao estádio.

Setor atrás do gol agora tem cobertura | Foto: João Vítor Roberge/O Município

Expansão da capacidade

Antes, o Augusto Bauer tinha capacidade para 5 mil torcedores, sendo que metade deste número considerava torcedores de pé, na chamada “geral”. Após a reforma, o estádio tem capacidade para 6.025 torcedores sentados. O número atende o requisito da CBF para a Série B do Campeonato Brasileiro.

A torcida na arquibancada metálica | Foto: Vitor Souza/O Município

Melhor visão

Com a expansão da capacidade, a construção da arquibancada metálica a extinção do setor geral, ficou mais fácil e melhor assistir às partidas. A arquibancada metálica oferece uma visão do campo que foi muito elogiada por torcedores. No jogo contra o Ituano, o ingresso para o setor teve preço popular (R$ 20).

Visão do setor descoberto foi elogiada por torcedores | Foto: Vitor Souza/O Município

Novos banheiros

O setor de cadeiras tem novos banheiros, com privadas e mictórios à disposição. Algumas privadas ainda estão sendo finalizadas.

Mais pressão

O conjunto dos três setores de arquibancadas e a maior proximidade com o campo permite ainda mais a atmosfera de “caldeirão”, especialmente com público numeroso. Em jogos como o desta segunda-feira, 14, a torcida ganha protagonismo e gera um clima diferente em relação ao estádio antes da reforma.

Visual

A reforma deu ao Augusto Bauer um visual melhor, algo esperado em qualquer obra do tipo. Não importa de qual lado as transmissões serão feitas, não há mais o muro tão criticado por quem assistia à partida pela TV, por exemplo. O quesito “beleza” não será unanimidade, mas foi uma melhoria considerável em relação a antes.

O estádio horas antes da partida | Foto: João Vítor Roberge/O Município

Negativos

Sinalização

No primeiro jogo do Brusque realizado no estádio, muitos torcedores não sabiam a localização de banheiros e nem como acessar os setores cobertos. Houve casos em que pessoas confundiam os acessos e, com ingresso de arquibancada coberta, ocupavam lugares do setor de cadeiras de forma acidental ou deliberada. Não havia sinalização clara de acesso aos banheiros e não houve ampla divulgação prévia destas localizações nas redes sociais.

Superlotação do setor de cadeiras

Assim como em outros jogos grandes do Brusque, o setor de cadeiras teve lotação acima da capacidade. Muitas pessoas precisaram acompanhar a partida em pé.

Pontos cegos

Para que houvesse espaço suficiente para a construção ou montagem de uma arquibancada como a que está no atual setor descoberto, foi necessário o deslocamento do campo de jogo em alguns metros.

Esta medida criou pontos cegos para espectadores e trabalhadores da imprensa no setor de cadeiras, que têm visão comprometida na linha lateral mais próxima e nos escanteios. O mesmo problema ocorre na arquibancada atrás do gol, com pontos cegos na linha de fundo.

Uma das principais novidades do estádio é a cobertura na arquibancada atrás do gol, conhecida anteriormente como “arquibancada descoberta”. A estrutura nova protege os torcedores das chuvas melhor do que a cobertura do setor de cadeiras. Contudo, ela é sustentada por pilares metálicos vazados na parte da frente, que impedem uma visão mais limpa.

Registro feito na sexta-feira, 11, de pontos cegos na arquibancada coberta | Foto: João Vítor Roberge/O Município

“Terremotos” e torres das câmeras

As novidades mais esquisitas do estádio são três torres em que ficaram as câmeras para transmissão da partida e com imagens para uso da arbitragem de vídeo. Estas torres estão no setor descoberto, em frente às arquibancadas metálicas, e atrapalham a visão que a torcida tem do campo.

O principal prejuízo ficou para quem assistiu à partida pela TV. As torres e as câmeras chacoalhavam com a movimentação da torcida, dando a impressão de “terremotos”. Para algumas pessoas, era inviável assistir ao jogo. O incidente foi criticado pela equipe de transmissão do SporTV/Premiere e rodou pelas redes sociais, refletindo de forma negativa na imagem do Brusque.

Estrutura para transmissão do jogo roubou a cena de forma extremamente negativa | Foto: Vitor Souza/O Município

Problemas na iluminação

A nova iluminação do estádio não está distribuída de maneira uniforme. Com a retirada de torres, diversos refletores ficaram distribuídos pelo topo do BKR Park Mall, o centro comercial que está sendo construído na antiga fachada do estádio.

Em cada uma das áreas e suas proximidades, nos últimos terços do campo, há menos luz. Goleiros do Brusque se queixaram do problema dias atrás, durante treinamentos.

Registro feito na sexta-feira, 11, com as áreas escuras perto do gol | Foto: João Vítor Roberge/O Município

Menos acessibilidade

Antes da reforma, estava à disposição um elevador, que podia ser utilizado por pessoas com deficiência para acessar o setor de cadeiras. Agora, o instrumento dá acesso a um ponto do estádio em que só há escadas. Ainda não cabe uma cadeira de rodas no espaço destinado a cadeirantes.

Saída congestionada

Após a partida, torcedores dos setores cobertos precisavam usar a mesma saída do estádio. Utilizando diferentes corredores estreitos, as longas filas se encontravam um mesmo ponto e a demora para deixar o estádio era acima do normal. Do outro lado, a saída do setor descoberto foi muito mais ágil.

Maior parte da torcida tem uma única saída após a partida | João Vítor Roberge/O Município

Para a imprensa

A estrutura para a imprensa no Augusto Bauer nunca foi ideal. Ou faltava espaço, ou cadeiras, ou limpeza. Mas agora, os espaços novos foram construídos como camarotes, cercados por paredes de vidro, sem janelas. Como não foi um espaço projetado para a imprensa, foram construídas bancadas de madeira improvisadas e bambas. Não houve lugar o suficiente para todos os trabalhadores e, se havia rede wi-fi disponível, não era sinalizada nos espaços.

Bancadas improvisadas para a imprensa foram construídas na semana anterior | Foto: João Vítor Roberge/O Município

Poucos banheiros

Torcedores reclamaram da quantidade reduzida de banheiros. Na parte descoberta, havia apenas três banheiros químicos, sendo dois para o público masculino e um para o feminino. A chuva alagou diversos pontos do entorno.

Goteiras continuam

O setor de cadeiras, com os lugares mais caros do estádio, continua com goteiras, especialmente em dias de chuva mais forte e constante. Elas estão localizadas em diversos pontos da arquibancada. Os mais atingidos são os das laterais, próximos às escadas de acessos. Os degraus mais baixos também ficam mais desprotegidos.

Registro feito na sexta-feira, 11, de cadeira molhada por goteira | Foto: João Vítor Roberge/O Município

Outras perdas no campo

Com o deslocamento do campo, há pontos cegos na visão a partir dos bancos de reservas.

A distância entre o banco de reservas mandante e a posição padrão do quarto árbitro aumentou.

O espaço reduzido entre a lateral do campo e o setor de cadeiras torna congestionado o movimento de jogadores, dirigentes, comissões técnicas, jornalistas e funcionários.


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