Novo comandante do 18º Batalhão de Polícia Militar fala sobre suas prioridades

Tenente-coronel Otávio Manoel Ferreira Filho buscará manter os índices de criminalidade estáveis e fortalecer parcerias com escolas

Novo comandante do 18º Batalhão de Polícia Militar fala sobre suas prioridades

Tenente-coronel Otávio Manoel Ferreira Filho buscará manter os índices de criminalidade estáveis e fortalecer parcerias com escolas

Na tarde desta segunda-feira, 23, o 18º Batalhão de Polícia Militar de Brusque passou pela solenidade de troca de comando, em que o tenente-coronel Otávio Manoel Ferreira Filho assumiu a frente do BPM. O comandante anterior, Moacir Gomes Ribeiro, deixou a função para assumir o posto de coronel na 2ª Região de Polícia Militar de Lages.

O tenente-coronel chegou ao batalhão de Brusque em 2004, ainda como segundo-tenente, primeiro posto na carreira de oficial. Antes de servir no 18º BPM, trabalhou por cinco anos em Lages e foi também comandante da unidade de Imbituba por dois anos e meio. “Já tenho bagagem de comando”, afirma.

No batalhão de Brusque, exerceu a função de chefe do setor de trânsito e foi subcomandante por cerca de três anos. O novo comandante garante que conhece com propriedade o batalhão, a tropa, as autoridades municipais e a rotina da cidade.

“Acredito que irei conseguir manter e até, quem sabe, melhorar o trabalho que o coronel Gomes exerceu com excelência em Brusque. Porém, meu foco é lembrar que não estou assumindo a cidade, mas o 18º Batalhão, que compreende também as cidades de Botuverá, Guabiruba, Gaspar e Ilhota, e que devo me preocupar com todas elas.”

Segundo o comandante, Gaspar e Ilhota são municípios que requerem atenção por parte da PM, tanto em relação à credibilidade da polícia quanto ao relacionamento entre a instituição e a sociedade, além da questão da criminalidade. “Por isso, estou chegando com essa visão de batalhão. Mas é claro que continuarei preocupado com Brusque, afinal, é a sede do 18º BPM.”

Prioridades de comando
“Acima de qualquer coisa, nossa prioridade é não deixar as estatísticas de forma geral aumentarem, ou seja, ter uma piora nos números. O objetivo número um é tentar manter a qualidade do serviço realizado pela PM de Brusque. Nossa cidade é diferenciada em relação ao estado e também ao país, apresentando números muito bons, se comparados com os cenários estadual e nacional. Hoje, temos um dos melhores batalhões do estado – me arrisco a dizer que é o melhor até do Brasil, pois trabalhei na Força Nacional e conheci um pouco da PM no país afora.

A primeira grande missão é manter essa qualidade. Depois, um grande foco que pretendo trabalhar é a educação. Já temos o Proerd, a Transitolândia, e quero buscar trabalhar junto à direção e aos professores  das escolas em relação àqueles alunos que, de uma forma ou de outra, causam algum tipo de transtorno para elas e para o Conselho Tutelar. Queremos tentar ser mais um parceiro nesse sentido.

Quando estava no subcomando do batalhão, eu já realizava trabalhos nesse sentido. Todas as escolas têm seus problemas de disciplina mais graves, que fogem do aceitável. Nós pretendemos apoiar esse trabalho comunitário com os alunos. É sabido que os pré-adolescentes e adolescentes que incomodam hoje, que saem do normal nas infrações disciplinares – especialmente quando envolvem drogas, brigas, violência, falta de respeito aos professores – são possíveis candidatos a serem ‘fregueses’ da PM no futuro, podendo virar pessoas em relação a quem nós teremos que tomar atitudes mais tarde, especialmente quando se tornarem maiores de idade.

Queremos firmar e fortalecer essa parceria com as escolas de forma geral e trabalhar esses jovens, evitando que eles venham a piorar e venham a ser transgressores da lei. Esse é um dos meus focos principais, pois eu já tenho trabalhado e sou um dos pioneiros do Proerd em Santa Catarina, sempre trabalhei fortemente a educação e quero intensificar esse trabalho.

Pretendo também trabalhar uma proximidade maior com os meios de comunicação de forma geral. Hoje, o que é divulgado na mídia repercute muito na sociedade, sejam as informações positivas ou negativas. Essa proximidade é importantíssima, e vamos tentar fortalecer e estreitar cada vez mais essa parceria.

Queremos trabalhar a valorização do nosso recurso humano. Cada vez mais nós temos uma tropa diferenciada, com policiais bem qualificados, comprometidos. Sempre pode ser feito algo a mais e que pode ficar melhor. Essas são as principais metas que tenho inicialmente, afinal, Brusque é uma cidade naturalmente ‘redonda’ no sentido de estatísticas criminais, relacionamento polícia-sociedade e de credibilidade da PM. É uma casa que eu vou pegar limpa, digamos. Quando você chega a uma casa mal cuidada, qualquer varridinha já é notada. Mas Brusque, de forma geral, me traz uma responsabilidade maior: não deixar a qualidade cair. Essa é a minha bandeira número um.”

Desafios na PM
“Hoje eu diria que um desafio é o número de furtos. Comparando com o cenário estadual e nacional, ainda são índices bons, mas é difícil diminuir os números de furtos e também de óbitos no trânsito, que voltaram a aumentar no ano passado. Em 2015 fechamos o ano com 15 ocorrências, e queremos tentar resgatar esse número e diminuir ainda mais. Agora eu assumo o comando e temos 4 casos de óbito de trânsito, um número que não queremos que aumente.

O roubo e o tráfico de drogas são os crimes que mais afetam a sensação de segurança do cidadão, juntamente com os furtos. A droga, como sabemos, é o grande ocasionador dos outros crimes e, uma vez proliferado o entorpecente de forma geral, é sabido que ele afeta e enaltece os demais crimes. Logicamente, para reduzir os números de furto, temos que bater em cima do tráfico, comércio e consumo de drogas.

Temos também, querendo ou não, cidades vizinhas com índices de criminalidade bem piores do que os nossos, proporcionalmente falando, como Itajaí, Balneário Camboriú e Camboriú. É um desafio manter esse afastamento, manter a criminalidade lá e não deixar invadir Brusque.

Essas são as nossas principais vertentes. Tentar trabalhar o mais próximo possível da sociedade, pois esse elo é fundamental para a comunicação, para que as informações cheguem até a PM e para que a nossa credibilidade aumente. Com isso, as informações chegam em maior volume, e podemos mostrar mais resultados para a sociedade. Queremos mostrar que estamos de portas abertas. A PM só vai conseguir fazer um trabalho pleno se essa parceria estiver fortalecida, pois ela já existe, e o coronel Gomes fez um excelente trabalho em Brusque e no batalhão. Por isso eu digo e repito que o maior desafio é não deixar cair a qualidade do serviço prestado pela PM, trabalhar para melhorar ainda mais. Nunca está tão bom que não se possa melhorar.”

Ações contra a criminalidade
“Brusque é uma cidade diferenciada. Em outros municípios, maconha praticamente virou um cigarro comum, as pessoas fumam abertamente. Em Brusque, isso já não acontece, pois isso é coibido desde o consumo dos entorpecentes, seja maconha, cocaína, crack, o que for. Nossa intenção é apertar um pouco mais, estimular ainda mais as operações. Temos uma forte parceria com a Polícia Civil, e queremos estreitar cada vez mais e aumentar as operações de acordo com os pontos que chegam até nós, pelas denúncias do tráfico de drogas. E de que forma isso vai ser feito? Apertando. Com o serviço de inteligência, buscando informações e apertando de uma forma geral, sem sombra de dúvida.”

Novos projetos
“Estou com uma ideia nova que pretendo ainda apresentar oficialmente aos meios de comunicação. Quero tentar fazer semanalmente, junto com os oficiais, um texto para a mídia, criar uma coluna da PM para a prestação de contas para a sociedade, abordando sempre temas diferentes, como as ocorrências, trânsito, as estatísticas dos meses anteriores. Assim, vamos estreitar a proximidade e, ao mesmo tempo, prestar contas para a comunidade, que terá mais esse canal aberto de comunicação com a PM.

Depois, é tentar manter a qualidade do batalhão e melhorar cada vez mais. Seria interessante criar um canil da PM, porém, hoje não temos efetivo para tal. Não adianta eu tirar alguns oficiais da rua para que trabalhem no canil, que requer manutenção. Blumenau e Itajaí possuem canis, mas nossas condições de recursos humanos não permitem a criação de um em Brusque. Por isso meu papel principal é fortalecer o recurso humano da PM, deixá-lo ainda mais comprometido com a instituição, com a sociedade, com a segurança pública, e fortalecer ainda mais essa parceria nossa com a sociedade, os meios de comunicação, a Polícia Civil, enfim, com as forças vivas do município.”

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