Novo delegado traz projeto contra maus-tratos aos animais para Brusque

Egídio Ferrari pretende movimentar as entidades e trabalhar pela causa

Novo delegado traz projeto contra maus-tratos aos animais para Brusque

Egídio Ferrari pretende movimentar as entidades e trabalhar pela causa

Com dez anos de carreira, o delegado Egídio Ferrari começou a trabalhar na Polícia Civil de Brusque em abril deste ano. Com 18 mil seguidores no Instagram, Ferrari é conhecido pela sua atuação contra o abandono e maus-tratos de animais, integrando a campanha nacional “Cadeia para maus-tratos”, que envolve delegados e entidades de todo o país.

Casado e pai de dois filhos, trabalhou os últimos quatro anos em Blumenau, anteriormente quatro anos e meio em Gaspar, e no início da carreira em Curitibanos por um ano e meio.

Ferrari conta que segue morando em Blumenau, onde havia feito uma mudança antes de sair da delegacia, e em Brusque trabalha na escala de 24 horas e 72 horas de folga, por conta do deslocamento.

Ele foi lotado na delegacia da comarca, no plantão, e também realiza o despacho do expediente da delegacia de Botuverá.

Casos de maus-tratos em Brusque

“Além do trabalho, tenho o projeto de combate aos maus-tratos dos animais. É um projeto nacional, do delegado Bruno Lima, de São Paulo, com a mobilização de delegados de polícia de todo o Brasil”, conta.

Ferrari informa que falou sobre o caso com o delegado regional, Fernando de Faveri, que o deu “carta branca” para atuar e apoio da delegacia.

“A minha ideia inicial é durante os plantões montar uma equipe de policiais para apurar denúncias. ONGs me procuraram e quando aparecer alguma situação, vamos averiguar junto com a ONG e voluntários”, informa.

Caráter educativo

Ele considera como ideia principal do projeto levar o conhecimento e fomentar a discussão dos maus-tratos. “Quando a gente vê situação de crime, a pessoa pode ser presa, encaminhada para a delegacia. E se não for em flagrante há registro de boletim de ocorrência e será encaminhada para instauração de inquérito civil”, destaca.

O delegado comenta que já foi convidado para participar de vários movimentos, palestras e ações em prol dos animais. Inclusive na última semana ele realizou palestras online na Unoesc de Chapecó, e na Anhanguera de São José.

No dia 15 de abril, ele acompanhou a carreta de castração em Brusque, um projeto que passa por diversas cidades e realiza a cirurgia com preço social. “Isso tudo envolve o bem-estar animal. No caso das protetoras que possuem muitos cães, nestes mutirões conseguimos auxílio para castrar os animais”, comenta.

Delegado acompanhando a ação de castração em Brusque. Foto: Egídio Ferrari/Divulgação

“Desejo atuar em várias frentes, já que o projeto é pessoal e não integra a Polícia Civil num todo. Tenho conversado com muita gente e a demanda é grande. Precisamos discutir isso com os poderes públicos municipais para que tenhamos efetividade no combate ao crime e no encaminhamento posterior destes animais”, ressalta.

Caso impactante

Há dois meses, enquanto trabalhava na delegacia de Blumenau, Ferrari conta que a situação de um cachorro sofrendo maus-tratos o deixou chocado.

“O cão estava com o focinho lacerado, tinha perdido cartilagem, pele e tinha apenas a arcada dentária, preso numa corrente. A pessoa vendo acontecer e não fazia nada. Imagina o sofrimento desse animal”, comenta.

Isso foi motivo para o delegado dar voz de prisão para uma senhora de 60 anos, que segundo Ferrari, não demonstrou nenhuma compaixão com o cachorro. “Ela foi conduzida para a delegacia e passou uma noite na cadeia. Respondeu o processo em liberdade”, informa.

Ele destaca ainda que as denúncias de maus-tratos eram inúmeras e agora estão estáveis, “mas se precisar averiguar e até mesmo prender, é o meu trabalho, ganho pra isso”.

Repercussão

Ferrari diz que está muito entusiasmado com o projeto, que teve uma boa repercussão nos últimos tempos. Ele comenta que nos dez anos de carreira, prendendo criminosos diversos, atuando em casos de sequestro, roubos violentos, como o do aeroporto em Blumenau, não deram a projeção que teve atuando na causa animal.

“Eu não estou acostumado, mas vejo isso como aquela demanda que não possuía uma frente, e a gente ajudando as coisas começaram a acontecer muito rápido. Sou grato por tudo que está acontecendo”, finaliza.


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