Novo diretor-presidente do Samae de Brusque comenta objetivos para a gestão
Luciano Camargo é servidor de carreira da autarquia há 11 anos
O novo diretor-presidente do Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae) de Brusque é Luciano Camargo, servidor de carreira da autarquia há 11 anos. Em entrevista ao jornal O Município, ele falou sobre os principais objetivos de sua gestão.
Na visão de Camargo, o Samae no momento é ineficiente porque não comporta a demanda que Brusque tem. “A autarquia não viu a cidade crescer”, afirma. Ele entende que obras como a ETA Cristalina deveriam ter sido feitas há muitos anos, já prevendo o crescimento do município.
Como a obra da ETA Cristalina deve ficar pronta em seis anos, o novo diretor-presidente quer implantar medidas paliativas de curto e médio prazo, como a inserção de uma rede de 8,5 quilômetros do Centro até o Ribeirão do Mafra. O projeto está em desenvolvimento e a previsão é de que a obra inicie em abril.
Desburocratização da autarquia
Um dos objetivos de Camargo é desburocratizar a autarquia. A equipe jurídica está trabalhando na reformulação do regimento interno do Samae, que não é atualizado desde a década de 90. “São praticamente 21 anos de um regulamento interno obsoleto”.
O diretor-presidente explica que a intenção é enquadrar o Samae com a realidade da Agência Intermunicipal de Regulação do Médio Vale do Itajaí (Agir), mas também “transformar em uma autarquia desburocratizada dentro da legalidade”.
As mudanças devem compreender mais agilidade e eficiência no processo de ligação de rede e até de renegociação de dívidas. “Deixar mais acessível para a realidade da população”.
Outro ponto que Camargo propõe é uma atualização na lei de criação, que teve poucas alterações ao longo dos anos. Ele quer que sejam previstas na legislação novas formas de parcerias e estuda a inclusão de uma cota social para tarifa de água.
Camargo explica situação da “água suja”
Uma situação que gera reclamações frequentes da população é a “água suja”, que geralmente sai das torneiras com uma coloração amarelada ou marrom.
“A água não sai suja daqui. É ao longo do trajeto dela na rede que ocorre essa situação”, afirma o diretor-presidente. Ele explica que a água fica suja devido à uma crosta de ferro e manganês e admite que também não consumiria.
A água fica desta forma principalmente pela oscilação de pressão na rede. Quando o consumo está alto, a pressão é baixa, e logo quando o consumo diminui, a pressão aumenta, arrastando a crosta. A interrupção do abastecimento pelo rompimento de rede também causa essa oscilação.
Segundo Camargo, a situação ocorre principalmente em unidades que ficam em final de linha. “A medida mais rápida que nós vamos aplicar é ter mais pontos de descarga de rede, onde periodicamente um servidor vai até o local, abre a rede e faz essa limpeza por lá para que não saia nas torneiras do consumidor”, finaliza.
Ampliação do atendimento
O Samae implementou um novo horário para pequenos reparos, das 18h às 24h. A equipe terá motorista, auxiliar, encanador e telefonista.
O Samae também tem atendimento na Praça da Cidadania das 8h às 18h, sem fechar para o almoço ou pelo telefone (47) 3255-0500.
Neste primeiro semestre também será montada uma equipe para a pesquisa de vazamentos das 0h às 6h. Como o serviço exige um procedimento de escuta, o horário deve trazer mais eficácia ao trabalho. A intenção de Camargo é treinar servidores da autarquia ou abrir processo seletivo.
Outros projetos
O diretor-presidente também quer renovar a frota do Samae. Ele afirma que os carros são antigos e a autarquia gasta muito dinheiro com a manutenção.
Além do mais, quer iniciar ainda em janeiro a operação tapa-buraco, para finalizar os serviços que ficaram inacabados.