Novo presidente da Câmara, Cacá Tavares defende independência do Legislativo e harmonia entre os poderes

Apesar de ter trabalhado como coordenador na campanha do prefeito André Vechi, ele mantém postura que assumiu desde início do mandato

Novo presidente da Câmara, Cacá Tavares defende independência do Legislativo e harmonia entre os poderes

Apesar de ter trabalhado como coordenador na campanha do prefeito André Vechi, ele mantém postura que assumiu desde início do mandato

Cassiano Tavares, o Cacá (Podemos), assumiu no último dia 10 a presidência da Câmara de Vereadores de Brusque após vencer a eleição de forma unânime. O empresário de 48 anos, que participou ativamente da campanha de eleição de André Vechi (DC) a prefeito, garante que vai manter o Poder Legislativo forte e uma postura independente, a mesma que assumiu desde o início da legislatura.

De acordo com Cacá, ele não tinha a expectativa de assumir o cargo nesta legislatura e que inclusive rejeitou um lugar na Mesa Diretora quando Vechi foi eleito presidente da Câmara no fim de 2022. A cassação de Ari Vequi (MDB), porém, mudou o panorama.

Vechi assumiu provisoriamente o cargo de prefeito e, após vencer a eleição de setembro, de forma definitiva. Assim, deixou em aberto a cadeira de presidente, que foi interinamente assumida por Deivis da Silva (MDB).

Um acordo anterior entre o grupo que elegeu Vechi para a presidência da casa definiu que Jean Dalmolin (Republicanos) ocuparia o cargo a partir de 2024, mas ele acabou desfeito pelas circunstâncias políticas da cidade.

“No meio do caminho teve uma cassação, então, ao meu ver e do grupo, esse acordo não fazia sentido. Agora a gente fez outro acordo, que é muito mais fácil de ser cumprido, porque nós já temos as eleições aí. Com o André fora, nada garante que o Dalmolin fosse eleito. Ele é um dos vereadores que eu tenho melhor relação aqui dentro, a gente conversou e nós demos a mão para esse acordo. Temos casos históricos aqui dentro de acordos que nunca foram cumpridos. Mas o nosso será”, garante.

Cacá explica que a situação foi reavaliada e que um novo acordo foi feito pelo grupo, incluindo novos nomes. Desta forma, ficou definido que ele ficará no cargo até abril e Dalmolin assume até o fim da legislatura, que se encerra em dezembro de 2024.

“Dentro da Câmara, o auge é chegar à presidência. A gente construiu um grupo para a eleição do Vechi como presidente, que teve saídas e entradas. Eu ter virado presidente foi algo espontâneo. Fui um dos coordenadores na campanha para prefeito, tive um certo destaque e acabou sendo um movimento natural no grupo quando ele foi eleito. Desde que lancei meu nome, tivemos votos suficientes para me eleger. Se você me dissesse em 1º de janeiro de 2021 que isso ia acontecer eu não acreditaria. Mas esse grupo está furando algumas bolhas. Serão três presidentes da Câmara na legislatura que estão no primeiro mandato”.

Responsabilidade como presidente

Cacá admite que os primeiros dias de presidência têm sido de aprendizado e destaca a responsabilidade de comandar o Legislativo da cidade. Ele acredita, porém, que a sua postura e boa relação com os vereadores vai contribuir para um mandato tranquilo. O presidente destaca que ele ter sido votado por todos os colegas, sem nenhuma abstenção, é uma prova disso.

“Nunca tive nenhum problema com ninguém aqui dentro, desde funcionários a vereadores. Entro tanto no gabinete da vereadora Marlina, uma lulista fanática, quanto do Rick Zanata, um bolsonarista juramentado”, exemplificou.

Ele está ciente da responsabilidade e destaca que agora as demandas são bem diferentes de quando ele representava apenas seu mandato.

“O meu mundo mudou, eu sou um presidente que tem que ter uma preocupação com a Câmara, não pensando apenas no meu mandato, na minha carreira política. As demandas são outras. Às vezes a gente até demora para entender, mas hoje eu sou chefe do Legislativo, um homem forte na cena política da cidade. E é uma coisa que eu não pensava. Tenho que zelar pelas coisas da Câmara, e, naturalmente, a vida em sociedade é uma coisa complexa. Viver em sociedade é complicado, a gente vive num cenário político contraditório, são pessoas com várias visões diferentes. A política mexe com muitas coisas. O presidente da Câmara tem que dar o seu melhor para manter em harmonia”.

Independência e harmonia

Apesar da boa relação até em nível pessoal com o prefeito André Vechi, Cacá garante que a Câmara seguirá com seu posicionamento independente em relação ao Executivo.

“Eu e o André somos amigos, frequentamos a casa um do outro, e tenho certeza que ele jamais irá me pedir algo que vá me constranger. Acredito muito na harmonia dos poderes e, acima de tudo, na independência. Teremos uma relação institucional. O prefeito acredita nisso também”.

Ele admite que já foi questionado se agora faz parte do governo, mas assegura que não faz parte da base apesar de ter trabalhado para a eleição de Vechi.

“Sou do grupo que construiu esse projeto político, mas dizer que eu faço parte do governo é muito forte. Continuo sendo independente. O que acontece é que eu posso entrar no gabinete dele e ele no meu com mais facilidade. Isso é bom para Brusque”.

Futuro da Câmara

Cacá conta que um de seus primeiros compromissos ao assumir a Câmara foi definir que um concurso público será lançado em breve. Ele destaca que a equipe está defasada por conta de pedidos de exonerações e aposentadorias e que alguns funcionários estão sobrecarregados. Ele acredita que serão entre três e cinco vagas abertas.

Já sobre a ampliação da sede da Câmara, uma demanda unânime entre os vereadores, Cacá acredita que será possível avançar e iniciar a construção ainda nesta legislatura, apesar de os trâmites ainda estarem em estágio inicial.

“Está muito no começo ainda, já foi anunciado que abrimos uma licitação para a empresa que fará o projeto. Atualmente, a gente não tem espaço físico. Há um desconhecimento geral do trabalho do vereador, somos a vidraça da maioria das reclamações da população, mas, para uma cidade importante como Brusque, é ridículo que a estrutura seja tão apertada mesmo tendo um corpo de funcionários tão enxuto. Uma melhor estrutura da Câmara não é para os vereadores, é para toda a sociedade organizada. Queremos que seja uma estrutura que aguente pelo menos os próximos 30 anos”.


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