Novo presidente da Câmara de Brusque pretende realizar reforma administrativa e reduzir salários de comissionados
André Vechi foi eleito com término do mandato de Alessandro Simas
O novo presidente da Câmara de Vereadores de Brusque, André Vechi (DC), foi eleito para o cargo no fim do ano passado e deve exercer a função por um ano. Apesar de ter dois anos de mandato como presidente, ele e o grupo que o elegeu assumiram o compromisso de conceder o segundo ano ao vereador Jean Dalmolin (Republicanos).
A Mesa Diretora do Legislativo é formada também por Deivis da Silva (MDB), como vice-presidente; Dalmolin, como primeiro secretário; e Rick Zanata (Patriota), como segundo secretário.
André afirma que pretende colocar em prática o projeto da reforma administrativa no Legislativo. Um dos objetivos é reduzir o salário dos servidores comissionados, no qual classifica como “supersalários”. Ao todo, há sete comissionados atuando na Câmara, sendo dois cedidos pela Prefeitura de Brusque ao Legislativo. O número desconsidera assessores pessoais.
“Temos servidor comissionado ganhando R$ 17 mil por mês para trabalhar seis horas por dia, com direito a banco de horas. O cargo de chefe de Gabinete da Presidência ganha 12,5 mil por mês. Temos servidor cedido pela prefeitura ganhando aproximadamente R$ 20 mil. É totalmente desproporcional à realidade que vivemos”, afirma.
O presidente diz ainda que a reforma não afetará servidores efetivos do Legislativo, nem os assessores pessoais dos vereadores, mas, sim, os cargos de indicação da presidência. O presidente da Câmara projeta que a economia seja entre R$ 400 mil ou R$ 500 mil por ano após a reforma administrativa.
Conforme André, os cargos comissionados do Legislativo devem ser de indicação em conjunto do grupo de nove vereadores que o elegeu presidente. Ele afirma que o Partido dos Trabalhadores, presente no grupo com a vereadora Marlina Oliveira (PT), não indicará cargos.
Uma coletiva de imprensa deve ser realizada no mês de janeiro para detalhar como funcionará a reforma administrativa e como serão os projetos da Mesa Diretora durante o mandato.
Escola do Legislativo e Câmara Sem Papel
Outros projetos que André prevê colocar em prática no período como presidente são a implementação da Escola do Legislativo e o projeto Câmara Sem Papel.
A escola já é um projeto instituído, mas ainda não foi colocado em prática. Conforme o presidente, o objetivo é capacitar vereadores, servidores do Legislativo e a sociedade ao ensino de educação política.
O Câmara Sem Papel deve seguir os moldes do projeto Governo Sem Papel, realizado pela prefeitura. A proposta é digitalizar todos os projetos do Legislativo. Ele afirma que o objetivo de reduzir gastos, trazer mais segurança e incentivar ações sustentáveis.
Nova Câmara em segundo plano
O projeto da nova sede da Câmara de Brusque ficou em segundo plano, conforme André. Ele defende a necessidade de um espaço mais adequado, mas deve discutir o assunto com as entidades e reforça que não é prioridade da gestão.
André considera também a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições como um dos fatores para não dar andamento ao projeto neste momento.
“Sabemos que o PT, por característica, não costuma respeitar muito as regras fiscais, e, quando não se respeita a regra fiscal, quem paga é o contribuinte. Então, neste momento, a ideia é segurar este projeto”, diz.
Conflitos políticos antes da eleição
As tratativas para a eleição da presidência da Câmara resultaram na saída de André da base do governo Ari Vequi e Gilmar Doerner. O candidato da base foi André Rezini (Republicanos). O presidente da Câmara alega que teve uma “conversa pesada” com o prefeito e que o chefe do Executivo disse que ele não era seu candidato ao cargo.
André afirma que não tem mais compromisso político com o governo municipal e pretende atuar com uma Mesa Diretora “independente”, conforme classifica. Até então, Ari contava com Alessandro Simas (PP), vereador da base, na presidência do Legislativo.
“Na manhã seguinte à eleição, o Ari me mandou uma mensagem parabenizando [pelo resultado]. Nossa relação vai ser de respeito, como sempre foi. Por um lado, não vai ter a base do governo ‘tratorando’ projetos em tempo recorde e, por outro lado, não vou permitir que venha uma oposição querendo sacanear”.
A presença de Marlina, que é do PT, no grupo que elegeu André Vechi ao cargo de presidente da Câmara também gerou críticas por parte do público presente que acompanhou a sessão da eleição.
O presidente assumiu a Mesa em meio a vaias do público. “Foi criada uma narrativa de que haveria uma suposta aliança com o PT, que não tem nenhuma lógica”, finaliza. Ele afirma que foi o grupo ligado ao governo que criou a suposta narrativa que cita.
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