Novo presidente da CDL de Brusque fala sobre desafios no comando da entidade
Fabrício Zen retorna ao comando da entidade que já havia presidido em 2009; posse é nesta quarta-feira
Fabrício Zen retorna ao comando da entidade que já havia presidido em 2009; posse é nesta quarta-feira
Quando Fabrício Zen assumiu a presidência da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) de Brusque, em 2009, o cenário econômico era bastante diferente, ele reconhece, “mas as angústias continuam”. No cargo desde 1º de janeiro, ele tomou posse oficialmente ontem.
De início, ele ressalta a importância da presença do associado na posse e nos eventos capitaneados pela CDL.
“Para mostrar a força do associativismo. Isso traz mais representatividade. A CDL, além de prestar o serviço ao associado, com capacitação, treinamento de equipe e o maior serviço, que é o SPC, tem papel politico fundamental na cidade nas questões das políticas públicas”, diz.
“Esse associativismo é importante para a gente poder mostrar que o comércio tem força. Mostrar para o associado a importância dele no movimento. É aqui que a gente consegue ter voz, pode cobrar do executivo. Por isso a participação do empresário é importante”.
Zen avalia que a CDL ainda tem muito a se expandir, na questão de número de associados. Atualmente, ele estima a existência de 4 mil empresas na área do varejo e serviços em Brusque; em contrapartida, a entidade tem 800 associados.
Ele ressalta que o movimento é organizado também em nível estadual e nacional, o que acaba por elevar a representatividade dos associados.
“Tem a federação e a confederação. O que se discute aqui é levado para lá, e passa a ser cobrado do governo. Se a gente não cobrar, o político se acomoda, se ninguém está reclamando, para ele está bom. Esse movimento tem um começo, mas nunca tem fim”.
Como principais desafios à frente da gestão da entidade Fabrício Zen destaca o fortalecimento da CDL Jovem, atualmente sob o comando do empresário André Kohler.
“É uma bandeira nossa, a gente reestruturar a CDL Jovem. Já temos um calendário de reuniões mensais, para focar na capacitação dos integrantes. Até por ser um caminho para dar continuidade à entidade, a busca de jovens empresários”, afirma.
O presidente da CDL também destacou o crescimento do Núcleo de Botuverá da entidade, que neste ano passou a ter cadeira nos conselhos deliberativos do município.
“Isso é importante para o lojista, estar envolvido na comunidade para poder estar cobrando, participando, dando novas ideias”, avalia.
Nessa entrevista, Fabrício Zen também comentou diversos temas em destaque no município, como a regulamentação dos ambulantes, as perspectivas para a economia e o projeto de lei que trata da Área Azul – estacionamento rotativo que é administrado pela entidade.
“Hoje está está sendo discutido com deputados federais a questão da obtenção do cadastro positivo, que vai olhar o consumidor que paga os seus débitos em dia. Será olhado não da forma negativa, que só se vê o débito, mas o contrário, o que melhora a negociação.
Hoje os bancos têm esse acesso, tem esse escore que mostra o consumidor da melhor maneira. É claro que o consumidor tem que autorizar a informação dele ser divulgada entre o comércio. Isso ajudará a reduzir os juros para os bons pagadores”.
“Agora passando a posse, no final de março deverá ser realizada uma reunião com a prefeitura e a Câmara para analisar o projeto de lei da Área Azul, para fazer correções e ajustes, para que até abril se tenha isso pronto, acreditamos, para depois a Câmara votar. A lei não está atualizada para uso de aplicativos e por isso tem que fazer os ajustes, a intenção da CDL é fazer uso desses aplicativos”.
“Se for pegar outros exemplos em outras cidades, era uma coisa que aqui em Brusque cedo ou tarde iria acontecer. No começo tem a discussão, toda mudança gera essa polêmica. Na questão do local, a gente se posicionou que fosse somente em espaços privados, mas a prefeitura escolheu a praça da Cidadania.
Percebemos que é interessante, existem serviços públicos ali e estamos vendo com bons olhos o local. Existe uma possibilidade, de quem sabe no futuro, como a CDL de Florianópolis, formar um núcleo de ambulantes de alimentos, para dar condição da atividade deles ocorrer de forma regularizada.
Eles vão estar regulamentados, vão ter empresas abertas, seguindo a legislação no que diz respeito à vigilância sanitária, as coisas vão se ajustando”.
“A gente não tem bola de cristal, por isso é um otimismo moderado. Se entrar um presidente de esquerda, a gente já teve exemplos, a cotação do dólar, o mercado, tudo estava muito inseguro. O mercado não quer a esquerda, o mercado quer um presidente liberal. Na verdade, eu acho que o político não atrapalhando, ele já esta ajudando muito as empresas a crescerem e o Brasil a crescer”.
“Pode ser que a Casa de Passagem não estivesse em local ideal, mas fazia uma triagem bem interessante, e as pessoas vulneráveis eram encaminhadas para recuperação.
Com o fechamento da Casa de Passagem, realmente aumentou o número de moradores de rua, tem que ter uma política pública social que os encaminhe para ajuda.
É uma política social que cabe ao executivo dar andamento.
A gente cobra do Executivo a questão da regulamentação dos ambulantes de vendas de produtos em geral, inclusive as pessoas que ficam em semáforo, a gente não sabe quem é, são pessoas que dependem de algum apoio, que podem ter algum potencial. De uma certa forma precisam de uma política social que dê esse suporte”.