Novo presidente do Ceab fala da atuação da entidade em Brusque

A entidade irá participar da revisão do Plano Diretor do município

Novo presidente do Ceab fala da atuação da entidade em Brusque

A entidade irá participar da revisão do Plano Diretor do município

O engenheiro civil Ackson Siqueira da Silva foi empossado como novo presidente do Clube de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Brusque (Ceab), em cerimônia realizada no último sábado, 7. Eleito para um mandato de dois anos, ele substitui Anselmo Scarduelli. Anteriormente na vice-presidência do clube, Ackson concedeu entrevista ao Município Dia a Dia para falar sobre os planos da instituição, que irá participar da revisão do plano diretor do município, e também lançar, em breve, um livro sobre a história da engenharia em Brusque.

Município Dia a Dia: O que você espera no período a frente da presidência do Ceab?
Ackson Siqueira da Silva: Tenho como premissa dar continuidade ao trabalho da antiga diretoria, da qual já fazia parte, que é caracterizado por uma aproximação com outras entidades da sociedade civil, com o poder público e com as entidades de ensino de engenharia, pois entendemos que isso é benéfico para todos os envolvidos. Temos também como objetivo concluir o trabalho de elaboração do livro, que vai conter a história de Brusque, voltada para a engenharia. Pretendemos finalizar esse trabalho, que foi uma ideia muito feliz do ex-presidente Anselmo. Não vou medir esforços para finalizar esse trabalho e entregar para a sociedade de Brusque um registro amplo do que foi e do que é a engenharia no município. O terceiro objetivo é, por solicitação do poder Executivo, propor mudanças no plano diretor, que está na fase de elaboração do cronograma. Vamos ter uma reunião nesta semana e vamos contribuir com nossa parcela do plano, que mexe com a vida de todo mundo, para que essa mudança aconteça da melhor maneira possível.

MDD: Como funciona, atualmente, a atuação profissional do Ceab junto ao poder público?
Silva: A premissa do Ceab é contribuir com a sociedade e uma das ferramentas que interfere diretamente é o poder público. Não temos muita ligação com o poder Judiciário, que é uma esfera com trabalho direcionado. Quanto ao Executivo e ao Legislativo, temos uma proximidade, somos convocados a participar de conselhos, temos conselheiros em vários deles, e participamos efetivamente, não é uma participação numérica, temos propostas e contribuímos, é uma participação de fato. Já fizemos parcerias com Defesa Civil e prefeitura, a diversidade do campo técnico do Ceab está à disposição para contribuir, assim como com a Câmara de Vereadores, quando nos solicita.

MDD: O Plano Diretor está sendo revisado atualmente. As alterações são pequenas ou de grande impacto?
Silva: Essa questão do Plano Diretor não vai ser de mudanças técnicas pouco perceptíveis, ele tem uma atuação direta no dia a dia. Ainda não recebemos os estudos da prefeitura, mas em conversas preliminares, sabemos que vão ser discutidos – não posso afirmar que vão ser mudadas, mas vão ser discutidas – questões que tem interferência no dia a dia de quem vai fazer reforma, ampliação, construir residência, de quem tem empresa, se poderá ampliar ou não. Envolve também as questões de uso do solo, do barulho na zona urbana, uma série de detalhes que realmente interfere. A sociedade deve participar, mesmo dentro do Ceab não existe uma opinião única, temos discussões acaloradas aqui dentro, para levar uma bandeira única que o Ceab vai defender.

MDD: Que pontos principais do plano diretor, na visão do Ceab, podem ser alvo de maior discussão?
Silva: Os profissionais de engenharia tem alguns anseios, o cidadão tem outros, a prefeitura ainda não levou para a mesa de discussão. Só depois os pontos vão ficar mais evidentes. É natural que todos tenham tipos diferentes de visão. Sem dar início ao trabalho, ainda não dá para enumerar o que vai ser polêmico ou não. Mas nos próximos dois ou três meses vamos ter esses pontos bem definidos. E isso vai mexer com todo mundo, o interesse da população deve ser grande.

MDD: Como está o diagnóstico socioambiental que está sendo feito para a prefeitura, no sentido de viabilizar a redução dos recuos das margens dos rios em áreas consolidadas?
Silva: O objetivo é definir, para toda a zona urbana, o que é consolidado e que não está em área de risco, ou seja, áreas alagáveis, de desmoronamento, áreas com mata ciliar. Esse estudo será para o cidadão que não consegue contratar um estudo de forma particular, a prefeitura está fazendo para toda a cidade. Já está na fase final, com 60% do trabalho concluído. A parte inicial demorou mais do que imaginávamos, porque precisávamos de trabalho de terceiros. Estamos consolidando o mapa de cotas, o mapa de enchente, o mapa das áreas de risco, o estudo geológico e o estudo ambiental. Juntando tudo isso, poderemos dizer para a sociedade onde será possível construir deixando 15 metros de recuo do rio e onde não dá. Logo no início do ano faremos a parte final e a entrega, que é um anseio grande da sociedade de Brusque.

MDD: Recentemente, foi determinada pelo Ministério Público a regularização ambiental dos cemitérios do município. O Ceab vai participar desse processo?
Silva: Já houve algumas conversas, o profissional que domina essa parte é o engenheiro agrônomo Juliano Piske, ele que está nessa conversa prévia com a Fundema e com o poder público. O que sabemos é que alguns cemitérios já providenciaram esse estudo ambiental, e alguns pretendem fazer de forma coletiva, mas não existe nada oficial. Se pudermos contribuir, vamos participar.

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