Novo secretário de Desenvolvimento Econômico de Brusque defende “reabertura inteligente do comércio”
Também presidente da Ampebr, Ademir José Jorge fala dos desafios da economia do município em tempos de isolamento social
Em um momento de muita incerteza em relação à economia, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda de Brusque tem um novo comandante. O presidente da Associação de Micro e Pequenas Empresas (Ampebr), Ademir José Jorge, assume como secretário da pasta.
Ele conta que o chamado veio do prefeito Jonas Paegle e do vice Ari Vequi e que ficou feliz pela confiança.
“Não sou filiado a nenhum partido, [o convite] não foi por questões políticas, e sim pelo trabalho que estou fazendo. Sempre promovi ações a favor do empresário brusquense na Ampebr, colaborando e incentivando e também capacitando pessoas para o mercado de trabalho”.
Ele foi empossado na sexta-feira, 3, substituindo João Beuting, um dos três secretários da prefeitura que deixaram seus cargos por causa do período eleitoral.
O novo secretário admite que tem um grande desafio por conta da crise de saúde causada pelo coronavírus. Ademir diz que vai trabalhar em busca de alternativas para auxiliar os empresários.
“Vou ter que trabalhar bastante em prol dos empresários para buscar alternativas, linhas de crédito, dentro desta pasta que é tão importante. Vão precisar de ajuda, orientação, e quero estar à frente podendo colaborar para que essas empresas, que vão ter muita dificuldades pela frente, por causa da pandemia. O que for possível para amenizar, eu vou estar na prefeitura para colaborar”, garante.
Para Jorge, quanto mais tempo demorar para a reabertura do comércio, mais impactos negativos. Ele defende que aconteça o returno seja gradual e feito “de forma inteligente”, preservando os grupos de risco, mas que é uma medida “urgente” a ser tomada pelas autoridades.
“Nossas fábricas dependem do comércio aberto para poderem produzir. Falando mais da área têxtil, os lojistas cancelaram o pedido da coleção de inverno, que seriam entregues em março e abril, para o Brasil inteiro. Hoje, as fábricas estão em situação muito delicada, porque não conseguem faturar. O Brasil já é um país fragilizado economicamente, então temos que ter a consciência e ter uma reabertura urgente do comércio”.
O secretário explica que ainda precisa entender bem a estrutura da prefeitura para definir melhor sua linha de trabalho, mas, como uma das primeiras ações, espera fazer uma consultoria interna com técnicos para que as empresas consigam buscar informações.
Na Ampebr, foi criado um comitê de crise, com contadores, advogados e diretores, para mostrar opções aos associados, para que consigam manter as portas abertas e não demitirem funcionários. A intenção do novo secretário é que algo nesta linha seja implantado pela prefeitura.
“Espero poder contribuir para mostrar para as empresas quais linhas de crédito são mais interessantes, com menores taxas, tenha carência, seja menos burocrática, sem garantias, temos que buscar alternativas. Vou avaliar todas as alternativas, tudo que a gente tem de recurso para poder levar essas informações e auxiliar no que for preciso. Quem sabe, esse mesmo trabalho que estou fazendo na Ampebr, eu consiga fazer na prefeitura”, diz.