Novos terminais e redução da tarifa: conheça modelo proposto para o transporte coletivo de Brusque
Audiência pública para debater o tema será realizada no dia 9 de dezembro
A Prefeitura de Brusque realizará, no dia 9 de dezembro, às 18h30, na Câmara de Vereadores, uma audiência pública para discutir o novo modelo de transporte coletivo no município. O encontro tem como objetivo apresentar dados, projeções e propostas, além de colher sugestões da população antes do lançamento da licitação para a concessão do transporte público.
O jornal O Município teve às informações detalhadas sobre o projeto que será apresentado. O estudo foi desenvolvido por uma comissão técnica formada especialmente criada pela prefeitura para tratar do assunto.
No documento analisado pela reportagem, são expostos dados e propostas como a análise da demanda nos últimos anos, a sugestão de uma redução na tarifa, a inclusão de linhas aos domingos, a renovação da frota, a construção de quatro terminais de transbordo com aquisição de imóveis, além do desenvolvimento de um aplicativo e uma central de atendimento ao usuário entre outros pontos.
A audiência pública é aberto a toda a comunidade, incluindo associações e demais interessados. Todos os pontos discutidos poderão ser analisados, revisados e, se necessário, ajustados.
Terminais de transbordo redução da tarifa
Um dos destaques do projeto proposto pela comissão é a construção de quatro novos terminais de transbordo, cada um localizado estrategicamente em diferentes bairros: Santa Terezinha, Steffen, Águas Claras e Dom Joaquim.
A proposta representa uma mudança significativa em relação ao modelo atual, no qual os ônibus circulam apenas entre os bairros e o Centro.
Projetos técnicos propostos para construção dos terminais de transbordo:
Com a nova configuração, o terminal central seria interligado aos quatro novos terminais, permitindo que os passageiros se desloquem diretamente entre bairros ou troquem de ônibus ao longo do trajeto, sem a necessidade de passar obrigatoriamente pelo Centro.
Segundo o documento, a ideia, já adotada há décadas em várias cidades brasileiras, busca oferecer mais agilidade e eficiência ao transporte coletivo.
Modelo atual x modelo proposto:
Outra mudança significativa proposta no projeto é a revisão das tarifas do transporte coletivo. Caso aprovado, o sistema passará a adotar inicialmente três novos valores: R$ 3,50 para passagens adquiridas antecipadamente, R$ 3,75 para pagamentos realizados no embarque e R$ 1,75 para estudantes.
Passageiros e horários
O documento apresenta, de forma preliminar, o número de passageiros que utilizaram o transporte público em Brusque entre 2018 e 2022. Confira os dados:
- 2018: 2.816.176;
- 2019: 2.854.105
- 2020: 1.044.682 (ano atingido pela pandemia da Covid-19);
- 2021: 1.721.894 (ano atingido pela pandemia da Covid-19);
- 2022: 2.115.302.
Ao analisar os números, a comissão técnica entendeu que embora o transporte coletivo em Brusque conte com 162 linhas, ele enfrenta desafios como a sobreposição de trajetos, evidenciada em mapas do sistema.
Ainda segundo o estudo, essa duplicidade, somada à baixa densidade populacional da cidade e ao reduzido número de usuários, compromete a sustentabilidade econômica do serviço.
“A frota é composta por 27 ônibus, sendo dois reservas para eventuais necessidades. Em 2022, o sistema transportou, em média, 187.650 passageiros ao longo do ano, refletindo a baixa adesão ao serviço”, entendeu a comissão.
Outros dados importantes que foram analisados foram os horários mais utilizados pelos passageiros do transporte coletivo. Segundo a pesquisa, a maior concentração de usuários (59%) ocorre nos seguintes períodos: 11h31 às 12h30 (20%), 13h31 às 16h59 (19%) e 17h às 19h30 (20%).
Por outro lado, os horários com menor demanda são os iniciais e o final da madrugada: 4h às 5h59 (1%), 6h às 9h (4%) e 23h01 às 3h59 (1%). Os demais intervalos apresentaram as seguintes porcentagens: 9h01 às 11h30 (10%), 12h31 às 13h30 (8%), 19h31 às 21h (8%) e 21h01 às 23h (9%).
Por fim, como forma de analisar o futuro das possíveis novas mudanças, a comissão apresentou uma tabela projetando a demanda para o transporte coletivo de Brusque nos próximos 20 anos. Segundo o levantamento, o novo sistema deverá registrar crescimento já no primeiro ano de operação.
Em números, o estudo aponta que, no primeiro ano, o número de passageiros pagantes deve aumentar cerca de 11%, enquanto o de estudantes terá um acréscimo em torno de 4%.
A longo prazo, as projeções indicam que, até o vigésimo ano, a demanda de passageiros pagantes pode crescer 30% em relação aos números atuais, enquanto o público estudantil deve apresentar um aumento de quase 13%.
Detalhes dos modelos
O primeiro modelo proposto pela comissão técnica seria implementado a curto prazo, com mudanças ocorrendo entre o 1º e o 3º ano.
Confira os principais pontos propostos:
- Continuidade das linhas atuais;
- Desenvolvimento de Projetos Técnicos para construção dos terminais de transbordo;
- Aquisição de imóveis para construção dos 4 terminais de transbordo;
- Redução da tarifa praticada;
- Inclusão de linhas aos domingos;
- Frota renovada (no mínimo 20% da frota com idade menor que 5 anos e demais com idade máxima de 12 anos);
- Aplicação de parâmetros de desempenho, conforto e qualidade;
- Piso rebaixado;
- Climatização;
- Rede móvel de internet;
- Sistema interno de informação dos itinerários;
- Implantação de motores com reduzida ou nula emissão de poluentes atmosféricos e sonoros;
- Comunicação visual externa padronizada do sistema;
- Ações de marketing;
- Sistema de Informação ao Usuário (aplicativo e central de atendimento ao usuário);
- Manutenção do Sistema de Bilhetagem eletrônica.
O segundo modelo seria adotado a médio prazo, com as alterações sendo realizadas entre o 4º e o 6º ano.
Confira os principais pontos propostos:
• Continuidade da substituição gradativa da frota;
• Melhorias nos pontos de parada do transporte coletivo público;
• Implantação da nova rede de transporte coletivo (25 ônibus).
Neste modelo, destaca-se a eficiência do sistema. De acordo com os estudos, a frota diminuiria de 27 para 25 ônibus, mas esses 25 veículos percorreriam 170.855,41 km por mês, um número significativamente superior aos 113.448,97 km/mês do sistema atual. Essa diferença geraria uma economia de 62%.
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