O Núcleo de Tecnologia da Informação (TI) da Associação Empresarial de Brusque (ACIBr) passou por transformações e se reinventou ao longo de quase cinco anos de atividade. Fundado em 2013, foi inicialmente previsto para ter adesão apenas de empresas que atuavam na área de desenvolvimento de software, o núcleo precisou se reinventar.

Com o passar do tempo, os nucleados foram percebendo que o mercado de tecnologia da informação é muito mais abrangente que a produção e gerenciamento de software, e está presente em diversos setores, como a indústria, um dos mais fortes de Brusque.

Com a visão de um mercado abrangente, a ideia foi atrair empresas dos mais variados setores para qualificar o ramo de tecnologia em Brusque. O próprio coordenador no Núcleo de TI, Vanderley Leão Albino, por exemplo, dirige uma empresa que atua no setor de etiquetas e códigos de barra.

Segundo o coordenador, expandir e qualificar os produtos desenvolvidos pelo setor em Brusque é o que move o Núcleo para o futuro. Para isso, tem sido promovidas palestras e visitas técnicas a grandes empresas do setor, como a Totvs, de Joinville.

No fim do ano passado e no início deste ano também começaram a ser engatilhadas novas ideias para desenvolver o setor em Brusque, cujos dois projetos principais são a criação de uma cooperativa tecnológica e a reativação da incubadora de empresas.

A cooperativa, nomeada Uniciti, consiste em um sistema integrado de câmeras de monitoramento mantidas pelos associados, ligadas a uma rede social colaborativa criada especialmente para isso.

Ali, é possível monitorar as câmeras em tempo real, e ainda trocar informações sobre a segurança pública por meio da rede social exclusiva para os associados.

A cooperativa está na fase final do processo jurídico para sua criação, e já há dez câmeras piloto em funcionamento. O projeto conta com parcerias com as polícias Civil e Militar, Observatório Social e Conselho Municipal de Segurança Pública.

Projetos pensando no futuro

De acordo com o nucleado Alecir da Silva, da DeltaCem, o Núcleo de TI também precisa pensar em projetos para os nucleados que não aderirem à cooperativa.

Com base nisso, o núcleo abraçou a ideia de reativar o CitiBrusque, incubadora de empresas criada em 2010, que atualmente está sem atividades.

O núcleo irá assumir a incubadora e retomar o recebimento de novas ideias e projetos, com ênfase em tecnologia, para serem desenvolvidos, por meio de orientação técnica e investimento de capital.

O objetivo dessa reativação é fomentar o setor no município, viabilizar o surgimento de novas empresas e transformar Brusque em um reconhecido polo tecnológico.

De acordo com os nucleados, o associativismo e a união entre as empresas do setor, para fazê-lo crescer e se consolidar, virá como uma consequência das ações que estão sendo propostas hoje.

Ao reativar a incubadora e criar a cooperativa, os membros do Núcleo de Tecnologia da Informação entendem que isso não trará resultados em um ou dois anos, mas irá se refletir em um crescimento nos próximos cinco a dez anos.

O núcleo está procurando, com esses projetos, angariar empresas e auxiliá-las a colocar em prática grandes ideias.

Uma das consequências buscadas pelo núcleo com a consolidação de um polo local de tecnologia da informação é a manutenção, na região, dos melhores profissionais da área, que hoje permanecem pouco tempo e procuram polos maiores para trabalhar.

Isso gera uma escassez de mão de obra que se reflete em mais dificuldades para as empresas crescerem e atenderem a demanda.

O Núcleo de Tecnologia da Informação da ACIBr trabalha, desta forma, com a perspectiva de, tendo aprendido com erros do passado, acertar no presente para colher os frutos no futuro e, assim, movimentar a economia da cidade como um todo.