Número de acidentes de trabalho graves cai em Brusque; veja dados

Conscientização de funcionários e empresas é fator apontado como principal para queda nos números em 2020

Número de acidentes de trabalho graves cai em Brusque; veja dados

Conscientização de funcionários e empresas é fator apontado como principal para queda nos números em 2020

Em 2020, o número de acidentes graves de trabalho em Brusque caiu mais da metade comparado ao ano anterior, de acordo com levantamento da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive-SC). Desde 2015, a tendência vem sendo de queda na cidade, com 2019 sendo o único ponto fora da curva, quando foi registrado aumento em relação a 2018.

“Acidentes graves e fatais, na nossa base, não tivemos neste ano. Já os leves, muito pouco. Está melhorando e ficamos muito felizes com esses números que a gente vem notando na nossa categoria”, avalia Izaías Otaviano, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Brusque (Sintricomb).

Os sindicatos laborais da cidade citam ainda a evolução da conscientização de empregadores quanto à importância da utilização de equipamentos de segurança para a preservação da vida.

“Acreditamos que essa queda vem devido à conscientização da classe patronal. O trabalho feito em cima da segurança e saúde do trabalhador, depois de muito tempo tentando conscientizar, as empresas perceberam que o melhor a ser feito é cuidar do trabalhador. O acidente e a doença do trabalho só trazem prejuízos”, destaca o vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Brusque (Sintimmmeb), Jorge Luiz Putsch.

Putsch ainda cita avanços tecnológicos e utilização de máquinas mais modernas como outro fator que diminui a quantidade de acidentes.

Ações dos sindicatos e empresas

Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Têxteis de Brusque (Sintrafite), Anibal Boettger conta que tem solicitado às empresas, cada vez mais, para que fiquem atentas à utilização de equipamentos de segurança. E isso vem dando resultado.

“Para nós, é motivo de satisfação, porque é um trabalhador e também uma família a menos sendo prejudicados. A gente busca, cada vez mais, junto ao sindicato patronal, para que todas as empresas adotem medidas a exemplo das consideradas maiores, que têm investimento de forma bastante acentuada na proteção aos funcionários”.

Otaviano, presidente do Sintricomb, ressalta o trabalho incessante dos sindicatos laboral e patronal para realização de treinamentos intensivos e cobrança para que empresas qualifiquem o trabalhador.

“A segurança dos trabalhadores depende das empresas cobrarem o uso correto dos equipamentos de segurança, individuais e coletivos, mas também da conscientização dos próprios trabalhadores. Quem cuida da vida deles nos canteiros de obras e chão de fábrica são eles próprios. O sindicato e empresas podem fazer o treinamento e fornecer os equipamentos, mas, se os trabalhadores não tiverem consciência, nada vai adiantar”.

Trabalho contínuo

Boettger, presidente do Sintrafite, relata também uma preocupação do sindicato com a segurança dos trabalhadores durante o trajeto até o trabalho.

“É importante também a conscientização dos trabalhadores para a utilização dos equipamentos de segurança, não só dentro do ambiente do trabalho, mas também do trajeto, principalmente na utilização de motocicletas. Estamos pedindo muita cautela no trânsito, já que acontecem muitos acidentes na nossa cidade”.

Vice-presidente do Sintimmmeb, Putsch lembra que, apesar da diminuição dos acidentes graves como quedas e mutilações, problemas como lesões por esforço repetitivo (LER) e de ordem psicológica ainda são uma preocupação.

“Acho que falta ainda que os médicos reconheçam doenças ocupacionais por LER e também problemas psicológicos. Temos muitas cirurgias de ombro, coluna, e isso muitas vezes acaba não sendo contabilizado como doença causada pelo trabalho. Existem também muita pressão em cima do trabalhador, e os problemas causados por isso não são considerados doenças ocupacionais. Acho que o maior problema atual está nessa questão”.


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