Número de casos dispara e Brusque registra surto de sífilis
São 243 casos registrados neste ano, mais do que o total do ano passado
São 243 casos registrados neste ano, mais do que o total do ano passado
Brusque já 243 casos de sífilis adquirida em 2019. O número é maior do que o total registrado no ano passado (241). Levantamento da Vigilância em Saúde do município mostra que os casos dispararam a partir de 2018. Em 2017, por exemplo, o total foi de 16.
“Estamos em surto”, garante Ulisses Canquerini Silva, enfermeiro da Vigilância em Saúde de Brusque. A cidade registra também aumento significativo de sífilis em gestantes – de 23 em 2018 para 33 até o momento – e sífilis congênita (em bebês) – de um caso no ano passado para nove neste ano.
Ulisses explica que o surto não é visto só no município, mas um fenômeno global, com aumento tanto em nível nacional quanto estadual. Santa Catarina, aliás, foi o quinto estado com maior número de casos de sífilis adquirida em 2018 (11.611), segundo Boletim Epidemiológico da doença publicada no mês passado pelo Ministério da Saúde.
Quase 40% das pessoas infectadas com sífilis em Brusque neste ano são jovens adultos, com idades entre 18 e 30 anos. Para o enfermeiro, o principal motivo é a falta de cuidado e de uso de preservativos.
“É uma geração menos preocupada. Eles não acompanharam os grandes surtos dos anos 1990, em especial do HIV”, acredita.
A sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) causada pela bactéria Treponema pallidum, que tem como principal causa de transmissão a relação sexual sem uso de preservativos. Também pode se transmitir a doença por meio do beijo se houver lesão ativa na boca, transfusão de sangue contaminado e da gestante para o bebê, a sífilis congênita.
A maior preocupação e foco do programa de sífilis no município é com as gestantes, segundo Ulisses. Fetos infectados com a doença podem ter má formação e até morrerem. “Um bebê que nasce com a doença é acompanhado até os 18 meses”, conta o enfermeiro.
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece como forma de detecção da doença o teste rápido, feito de forma gratuita e na hora em qualquer unidade básica de saúde. Se der positivos, o paciente é encaminhado para um exame de sangue para confirmar ou não a doença. Após o diagnóstico, o tratamento é feito com a penicilina benzatina, também disponível na rede pública de saúde.
A vigilância do município criou estratégias de enfrentamento do surto da doença em Brusque com o objetivo de diminuir o número de casos.
“Criamos instrumentos de rastreabilidade e controle e o monitoramento da doença. O objetivo é quebrar a cadeia de transmissão. Também fizemos a capacitação dos enfermeiros da rede e todas as equipes de saúde, além das enfermeiras da maternidade do Hospital Azambuja”, detalha Ulisses.
A orientação dada a população é de que se faça consultas regulares e os testes rápidos nos postos de saúde, principalmente quem pretende engravidar.