Número de matrículas na Rede Municipal de Ensino é acima da média
São 600 novas inscrições no Ensino Fundamental da rede municipal, número que surpreendeu a Secretaria de Educação
As aulas A migração de pessoas de outros estados para Brusque não é perceptível apenas no crescimento populacional vertiginoso da cidade. Uma mostra disso pode ser constatada nos números de matrículas na rede municipal de educação. De acordo com dados da Secretaria de Educação, houve mais de 600 registros apenas no Ensino Fundamental, acima do previsto. Com mais alunos, a pasta terá de adequar orçamento e pessoal para atender a demanda, sendo que as aulas começam na próxima segunda-feira.
O acréscimo é o maior dos últimos cinco anos, de acordo com a secretária de Educação, Gleusa Fischer. Para ela, a causa disso é a migração. “São pessoas novas que vieram morar na cidade”, afirma. Ela ressalta que o gasto não é apenas em colocar os alunos dentro da sala de aula com um professor. “A média do Ensino Fundamental é de 30 alunos por sala, para cada uma preciso de, no mínimo, professores de artes e educação física e o professor regente.
Além disso, tem os profissionais para a hora-atividade, que está sendo implantada agora. Então vem mais um grupo que vem trabalhar em cima de projetos”, diz.
De acordo com a previsão orçamentária da prefeitura para 2015, a Educação terá R$ 77,9 milhões, crescimento de 1,03% em relação a 2014, que teve R$ 77,1 milhões. O crescimento pífio ilustra a situação do poder público. Boa parte do que é gasto com escolas e professores é proveniente do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), que é repassado pela União. De acordo com Gleusa, da forma que o Fundeb é distribuído atualmente, não atende as demandas dos municípios e estados – que são os responsáveis pelo ciclo básico de educação.
“A gente observa o crescimento anual, e isso é incluído no Orçamento, para o nosso planejamento de aquisições, tudo isso está lá, mas todos os anos tem extrapolado”, afirma Gleusa. A saída encontrada pela secretária é “fazer o orçamento render”. “Tem que fazer o Orçamento se espalhar. O recurso é praticamente o mesmo. Até tem recursos novos, o Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI), por exemplo. Mas isso nós não temos tão planejado”, explica. Este dinheiro, contudo, não é o suficiente para cobrir e sobrar, por isso ele junta-se ao bolo principal no custeio das prioridades.
Quadro de funcionários
De acordo com a secretária, no fim de 2014 a Educação contava com cerca de 1,3 mil funcionários – incluindo professores, serventes e merendeiras. Como no fim do ano os temporários são dispensados, atualmente o número está em 1.060. A expetativa de Gleusa é que o número de servidores aumente em torno de 15%. No ano passado, diz ela, com novos registros de funcionários a folha subiu 21%. A intenção agora é economizar.
Gleusa diz que aproximadamente 800 professores atenderão os mais de 12 mil alunos do ensino fundamental e infantil. A secretaria está com dificuldades em conseguir fechar o quadro em algumas disciplinas mais específicas, como inglês, artes e ensino religioso. “Artes teve apenas três inscritos no processo seletivo, que passaram e foram convocados”, afirma. Português, por sua vez, tem muitos professores, mas a quantidade de aulas é maior e por isso também há dificuldade.
Infraestrutura
Neste período de férias escolares houve uma série de melhorias em todas as escolas municipais, conforme a secretária. Uma das principais melhorias foi a inauguração do ginásio de esportes da Escola Básica Municipal Companheiro Oscar Maluche, no bairro Steffen. Gleusa também destaca o início da construção da Escola Ensino Fundamental Alberto Pretti, na Limeira.
Rede estadual
A rede estadual, por sua vez, não registrou aumento significativo. De acordo com o gerente regional de Educação da Secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR), a rede estadual conta com cerca de 24,6 mil estudantes [nas oito cidades que fazem parte da SDR Brusque] e este número deve ser mantido para este ano. O número de professores, por sua vez, deverá sofrer uma elevação “pequena e sem exageros”. No último ano, 1.135 profissionais lecionaram nas escolas do estado. Uma medida polêmica e que estanca a contratação de professores é a “enturmação”, na qual salas com poucos alunos são unidas para gastar menos com professores e otimizar o espaço.
Em Guabiruba, aulas já começaram
Guabiruba se antecipou e iniciou em as aulas da rede municipal de ensino. Segundo a prefeitura, 3.543 alunos estudam nas 11 escolas e sete creches do município, enquanto que em 2014 este número era de 3,3 mil, aumento de 243 matrículas. A maioria delas, 145, na educação infantil, e 98, no ensino fundamental. Nas creches, há 350 crianças, e apesar das novas vagas, ainda há 50 pessoas na fila de espera por uma vaga.
O período de férias foi de melhorias nas estruturas, segundo a Secretaria de EducaçãoHouve reformas na Escola Básica Municipal Professor Carlos Maffezzolli, do bairro São Pedro, onde foi trocado o telhado, forro, adaptado um banheiro para sala de aula e realizada nova pintura. Na Escola Básica Municipal Professora Anna Othília Schlindwein, Guabiruba Sul, três novas salas de aula estão sendo construídas e devem ficar prontas até meados deste mês. Ampliação que ocorre também na Escola de Educação Infantil São Pedro com a construção de cinco salas de aula.
A secretária de Educação, Edna Maria da Silva Jasper, diz que o processo de contratação de profissionais ainda está acontecendo. Eles serão designados para atividades extracurriculares, oficinas esportivas e lúdicas.