Números da pirataria: quase mil produtos foram apreendidos em Brusque nos últimos cinco anos
Maior parte das apreensões foi de roupas, segundo dados da Polícia Civil
Maior parte das apreensões foi de roupas, segundo dados da Polícia Civil
A Polícia Civil de Brusque ainda não realizou operações de combate à pirataria em 2022. De acordo com a delegacia, o motivo é que não houve denúncias por parte da população.
Porém, ao longo dos últimos cinco anos, houve 12 operações contra a pirataria no município. Como saldo dessas operações, cerca de 990 produtos foram apreendidos e, entre eles, a maioria foi de roupas (890 peças), e seguido de bonés (58).
Embora parte das operações tenha mirado em camelôs da área central da cidade, produtos como CDs e DVDs são apreendidos em menor número. O delegado da Polícia Civil de Brusque, Vitor Gustavo Alves Machado, salienta que, quando chegam denúncias, as roupas sempre se destacam.
Em outubro de 2021, a Polícia Civil realizou a operação Etiqueta Segura III. Na época, foram apreendidos aproximadamente R$ 4 milhões em mercadorias falsificadas, com o apoio do Conselho Estadual de Combate à Pirataria (Cecop), a Secretaria de Estado da Fazenda de Santa Catarina e o Procon de SC.
Um dos fatores para a raridade das operações de combate à pirataria é a legislação. Segundo a assessoria da Polícia Civil informou, “a apuração deste tipo de crime não é simples, pois a legislação penal é complexa, dependendo do objeto de apuração”.
A pena para quem cometer o crime de pirataria pode variar entre dois a quatro anos de reclusão, além do pagamento de multa. A pena vale em caso de crimes cometidos contra o registro de marca e contra a patente de modelo ou invenção.
Em caso de roupas ou outros produtos em geral, é necessário que a marca que sofre a falsificação se manifeste, algo bastante raro neste tipo de situação. Além disso, a apuração dos casos também depende de fornecimento de exemplares para perícia e confirmação da falsificação.
Em caso de CDs e DVDs a verificação é muito mais simples, porque é fácil comprovar a falsidade do produto.
Embora tenham sido realizadas operações, os comerciantes seguem reclamando da proliferação de produtos piratas.
Segundo o presidente do Sindicato do Comércio Varejista e Atacadista de Brusque, Botuverá e Guabiruba (Sindilojas), Marcelo Gevaerd, a grande dificuldade para o empresário é competir com comerciantes que não pagam os mesmos tributos.
“O empresário está correto com a lei, paga os impostos, aluguel, funcionários além de outros tributos. Portanto, além de ser difícil competir, não se sabe a qualidade e procedência dos produtos falsificados. Um perfume falso, por exemplo, pode causar problemas de saúde ao consumidor”, diz Marcelo.
Ainda segundo o presidente do Sindilojas, o assunto é complicado e ele acredita que deveria haver uma fiscalização maior do poder público quanto ao tema.
“Não estamos aqui para descriminalizar as pessoas que estão vendendo, elas precisam ganhar também, mas é preciso olhar as regras que existem. As reclamações sempre existiram e agora que tudo é virtual, ficou descontrolado. Antes a pirataria estava nas ruas e hoje está no mundo todo, em todo lugar, isso causa desânimo”, conclui.
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