O Brusque subverteu a dinâmica do jogo e mostra força de um time vencedor

Empatar já estaria de muito bom tamanho, mas, de alguma forma, o Marreco virou contra o Operário-PR e agora voa na Série C

O Brusque subverteu a dinâmica do jogo e mostra força de um time vencedor

Empatar já estaria de muito bom tamanho, mas, de alguma forma, o Marreco virou contra o Operário-PR e agora voa na Série C

João Vítor Roberge

Os 15 minutos finais de Brusque 4×3 Operário-PR foram históricos e todo mundo que estava no Augusto Bauer vai ser lembrar deste jogo por muito tempo. Foi uma virada fantástica, para enlouquecer o torcedor com uma equipe muito forte, muito qualificada e muito competente. Não tem jogo perdido enquanto o juiz não apitou. Ou, como fala um xará, “enquanto tem bambu, tem flecha”.

E, convenhamos, um empate teria sido fantástico pela forma com a qual o jogo se desenvolvia. Se Rafael Guanaes trouxesse um contrato propondo o empate passados 35 do segundo tempo, talvez qualquer torcedor teria assinado.

O quadricolor não fez uma grande partida. Longe disso, talvez tenha sido a partida desta segunda fase em que o time teve a atuação mais dificultada, mais problemática. Não faltou disposição, isto há tempos o Brusque tem de sobra. Mas houve muitas dificuldades no meio-campo e, na maior parte do tempo, suas escapadas pelos lados em ligações diretas eram pouco efetivas. Não eram criadas grandes chances. Os gols foram sofridos com alguma folga extra na marcação.

Mas isto é futebol e isto é um time vencedor, unido, encaixado, atento. Não dá para fazer grandes partidas o tempo todo, não dá para dominar e dar show em casa todo dia. Mas dá para acreditar, dá para lutar. E o Brusque foi recompensado pela luta. Virou um jogo na marra, de maneira espetacular e subverteu a dinâmica do que foi 90% da partida.

É jogo de time que mira grandes conquistas. Do primeiro time que venceu os três primeiros jogos da segunda fase desde que a Série C chegou a este formato. Do time que está tão perto de voltar à Série B. Jogo de Brusque Futebol Clube, que permite que seu torcedor sonhe com mais do que o acesso.

Banco

Luizinho Lopes relata que fez as alterações no Brusque em função das alterações que Rafael Guanaes fazia no Operário-PR. Desta forma, as saídas de Allan Godói e Índio no intervalo levaram o técnico fazer boas alterações. Ambos estavam amarelados, mas são jogadores altos, de muita força e imposição física, que dificultavam a vida brusquense, por mais que Godói tivesse cometido a bobagem do pênalti.

Assim, mais uma vez, jogadores que saíram do banco mudaram a partida. Diego Tavares e Moisés Santos deram assistências. Olávio marcou o gol de empate e o gol da virada.

Atacantes

Como é bom ter centroavantes como Guilherme Queiróz e Olávio nas fases em que estão. Os dois se complementam muito bem, ainda que raramente estejam em campo ao mesmo tempo. Quando um não está tão bem, o outro entra e resolve. Isto aconteceu algumas vezes nesta Série C: diante de Aparecidense, São Bernardo, Manaus e Operário-PR, por exemplo. E, quando Queiróz esteve lesionado, Olávio foi decisivo na estreia da segunda fase, contra o São José-RS.

Juntos, os dois marcaram 14 dos 32 gols do Brusque. E estão com tudo para balançarem a rede mais vezes.

VAR

O primeiro gol do Brusque não teria ocorrido sem a intervenção do árbitro de vídeo, que verificou a disputa entre Allan Godói e Guilherme Queiróz. O árbitro Rodrigo Batista Raposo foi chamado ao monitor para tirar a dúvida. E a única imagem que tinha à disposição era tenebrosa.

Era uma imagem de ângulo muito aberto, utilizada geralmente para verificar lances de impedimento. A resolução era péssima. O árbitro viu o zagueiro puxando o atacante do Brusque e assinalou a penalidade.

Não discordo da marcação, mas a qualidade da imagem era escandalosamente ruim. Num outro dia, pode ser um lance decisivo marcado contra o Brusque com “auxílio” de um replay com nitidez de fita VHS mofada. É preciso ter respeito com a competição e com os clubes envolvidos. Se é para ter VAR desse nível, melhor não ter.


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