O confronto
Acho que aconteceu no ano 2000, por aí. Fui a Chapecó transmitir um Brusque x Chapecoense. Primeiro tempo foi um jogo chato, de dar sono. No intervalo, organizaram um amistoso de crianças com camisas de Grêmio e Inter. Deu briga na arquibancada. Quase vinte anos depois, tudo mudou por lá. A Chape se organizou, ganhou dinheiro, títulos, e […]
Acho que aconteceu no ano 2000, por aí. Fui a Chapecó transmitir um Brusque x Chapecoense. Primeiro tempo foi um jogo chato, de dar sono. No intervalo, organizaram um amistoso de crianças com camisas de Grêmio e Inter. Deu briga na arquibancada. Quase vinte anos depois, tudo mudou por lá. A Chape se organizou, ganhou dinheiro, títulos, e não tem mais aquela supremacia da dupla Gre-Nal. Em Brusque vivenciamos algo parecido. Na fila dos ingressos estavam muitos corintianos que não dão bola para o time da cidade.
O jogo da próxima quarta-feira é uma espécie de choque. O Brusque, com sua alternância de altos e baixos, mas com bons resultados recentes, terá pela frente uma partida comparável apenas à inesquecível decisão de 1992. É notório que, infelizmente, o clube não envolve a cidade ainda, como lá em Chapecó. Existe uma série de motivos, que vai desde a falta de títulos de expressão até a inexistência de um plano efetivo de marketing do clube, que poderia capitalizar um número enorme de sócios, mas sequer formou um plano. No meio disso, tem um jogo. Um jogo importante, com transmissão para o Brasil.
Mais do que isso, é um jogo que vale vaga para a terceira fase da Copa do Brasil e uma cota de R$ 680 mil, mais do que o Brusque faturou até agora. Esse é o motivo principal que defendi com unhas e dentes a partida no Augusto Bauer. Segurança é o problema? É só colocar dentro o que cabe. A renda é dividida, se não passar o Bruscão fica com só 40%, logo, não é um lucro tão astronômico assim. A cota sim, essa entra integral na conta do clube. A questão aqui é técnica. São 90 minutos, como mandante, sem vantagem do empate. É o cenário ideal para tentar o crime contra um dos maiores times do Brasil. Se não der, paciência. É lutar no Estadual para retornar no ano que vem.
O Brusque há tempos não esteve tanto na vitrine. Hora de aproveitar e tentar arrebanhar aquele torcedor que fica trancado em casa vendo futebol. Não é fácil, já que há dificuldade até pra comprar camisa do clube. Mas acreditamos que, um dia, isso poderá mudar. Enquanto isso, brusquenses do Bruscão e brusquenses do Corinthians rivalizarão nas arquibancadas do Gigantinho. Sim, porque muitos torcedores do time paulista compraram ingresso no local da torcida contrária.
Olho na defesa!
O Brusque venceu o Almirante Barroso com um placar apertado, mas suficiente
para chegar aos 12 pontos e ficar em boa posição na tabela. Amanhã vai a Lages, enfrentar um Inter que goleou o JEC e que também está em boa posição na tabela. Os resultados são bons, mas o setor defensivo me preocupa.
Jogo após jogo aparecem problemas de marcação e o técnico Pingo encontra dificuldades no setor. Marquinhos mal caiu no BID e já foi escalado para a lateral-esquerda. Contra o Inter e o Corinthians, essas falhas não poderão acontecer de forma alguma, sob pena de derrota, e até com placar maior.
Mesmo com a boa campanha, não dá pra se iludir com o time achando que está tudo perfeito. Falta um bom caminho pra acertar. E o treinador não esconde a sua preocupação.
Ingressos
A diretoria do Brusque teve que convocar entrevista coletiva para explicar a dinâmica da venda dos ingressos. Muita procura para baixa oferta, impulsionada pela falta da arquibancada metálica foram os ingredientes da confusão. Cambistas serão inevitáveis, mas o clube esgotou a lotação.
Camisas
O estresse com as camisas do Brusque nas lojas continua. Torcedores perguntaram quando seriam disponíveis os uniformes de tamanhos maiores, bem como os infantis. O fornecedor deu prazo de 30 longos dias para entregar os itens, assim como a camisa colorida, apresentada e nunca disponibilizada (e que fez o time jogar de preto num calor infernal contra o Avaí). Diretoria, na boa, troquem de fornecedor no ano que vem. Perderam
uma grana boa em vendas.
Estádio
Diante de uma situação de pouca capacidade do Augusto Bauer, volta à tona a história do novo estádio. O terreno comprado pela prefeitura para a Vila Olímpica sequer foi limpo. O assunto foi jogado na gaveta no ano passado e parece que vai ficar lá por um bom tempo. A animação do início evaporou, mas a área está lá.
Esperança
A Polícia Militar promete uma operação nunca vista para o jogo da Copa do Brasil. Confesso estar preocupado não com a segurança, mas com reações que possam vir das torcidas. Espero muito que, depois da partida, não tenhamos relatos de problemas. Vencer ou perder, é do jogo. A obrigação é do Corinthians.