O Cônsul Carlos Renaux e suas três esposas
Carlos Renaux emigrou para o Brasil em setembro de 1882 com apenas 20 anos. Chegando no Rio de Janeiro, não conseguiu um trabalho adequado, muito embora tivesse diploma, experiência bancária e cartas de recomendação. Decidiu então tentar a vida em Blumenau, onde logo encontrou emprego e, por intermédio do seu empregador – Altemburg, conheceu Selma, com […]
Carlos Renaux emigrou para o Brasil em setembro de 1882 com apenas 20 anos. Chegando no Rio de Janeiro, não conseguiu um trabalho adequado, muito embora tivesse diploma, experiência bancária e cartas de recomendação. Decidiu então tentar a vida em Blumenau, onde logo encontrou emprego e, por intermédio do seu empregador – Altemburg, conheceu Selma, com a qual pouco tempo depois se casou.
Selma Wagner – o princípio de tudo
Era 19/02/1884 e fazia pouco mais de 1 ano que Renaux havia chegado em Blumenau quando se uniu em matrimônio com a bela Selma Wagner, nascida em Blumenau no dia 08/12/1865, filha do pioneiro Peter Wagner e de Friederike Metzner. A família Wagner era uma das mais antigas famílias alemãs da Colônia de Santa Catarina e, por ocasião do casamento, Selma recebeu um “Mitgift” – um dote de 10 contos de reis, considerado uma quantia bastante significativa naquele tempo.
Com o dote da esposa, Carlos Renaux se despediu da firma Altemburg de Blumenau e iniciou seu primeiro empreendimento em Brusque, uma casa comercial. Passados apenas oito anos, no dia 11/03/1892 – quando completava trinta anos de idade, ele fundou – em sociedade com Hackradt e Hoepcke -, a sua primeira fábrica.
Selma era uma mulher inteligente, forte, saudável, e o casal Renaux teve onze filhos, dos quais dois morreram criança. Por sua amabilidade, temperamento alegre e grande bondade para com os necessitados, ela soube conquistar as simpatias de toda a gente com que vivia.
Selma desviveu às 18h45 do dia 29/09/1912, com 48 anos de idade, em sua residência em Brusque, em consequência de leucemia.
Hanna – Deslumbramento e paixão
Poucos meses após enviuvar, Renaux se casou com a atriz alemã Johanna Maria von Schönenbeck, filha de Mathias Alois Josef Müllern von Schönenbeck e de Joanna Mathilde Müllern von Schönenbeck, conhecida pelos brusquenses como “Hanna”.
O casamento civil foi realizado na residência do noivo no dia 20/06/1913 pelo Juiz de Paz Mathias Moritz, tendo como testemunhas: Vicente e João Schaefer. Ela tinha 29 e ele tinha 51 anos. Consta que Hanna era uma artista vienense, elegante, muito bonita e que se expressava bem, e que o casamento não foi visto com “bons olhos”. Por volta de 1918, para curar a doença da esposa, o casal se mudou para a Holanda.
Hanna desviveu com apenas 35 anos de idade, no dia 31/12/1919, em Arnhem, na Holanda.
Goucki – A companhia da maturidade
Passados 7 meses da morte da segunda esposa, Carlos Renaux contraiu nova núpcias com sua governanta, a holandesa Maria Luiza Auguste Lienhaerts – conhecida pelos brusquenses como “Goucki”. Ela nasceu no dia 26/12/1884, filha de Franz Leopold Lienhaerts e de Joanna Maria Hubertina Roosenboom.
O casamento ocorreu no dia 10/08/1920 na terra natalda noiva, em Merkelbeek, Limburg, Holanda. Goucki era considerada uma mulher inteligente, disciplinada e falava várias línguas.
Em 1922 o casal se mudou para Baden-Baden pois, no tempo do Epitácio Pessoa, o governo brasileiro o nomeara Cônsul Honorário (sem ser funcionário de carreira e sem remuneração) para o Consulado em Baden-Baden.
Goucki desviveu aos 57 anos de idade, no dia 27/06/1939, em São Paulo – onde estava internada para tratamento de saúde. O corpo de Goucki foi embalsamado, transportado a bordo do iate “Angela” até Itajaí, e está sepultado no Mausoléu da Villa Renaux, em Brusque.
No total, o Cônsul Carlos Renaux teve três esposas, mas filhos teve apenas com a primeira – Selma Wagner.
Desviveu em sua residência, em Brusque, na condição de viúvo, no dia 28/01/1945, aos 83 anos de idade, em decorrência de acidose colapso cardíaca.