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O Dia da Marmota e o Brusque hipotético

Brusque corre, se esforça, se dedica, mas falhas graves impedem a fuga do Z-4

É a mesma coisa, sempre.

O Brusque e seu torcedor estão presos no Dia da Marmota, tal qual Phil Connors, interpretado por Bill Murray no filme Feitiço no Tempo. Um intragável Dia da Marmota, no qual o time se dedica, faz um jogo decente, seguro, e está muito perto da vitória, apenas para ver um ou dois jogadores colocarem tudo a perder em falhas terríveis. Uma coisa ruim de ver, para desanimar qualquer um.

Contra a Chapecoense neste domingo, 14, talvez tenha faltado uma melhor leitura do técnico Luizinho Vieira, que deveria ter substituído Dentinho antes da expulsão. O atacante jogou improvisado na lateral-esquerda e se virava bem, técnica e taticamente. Mas recebeu um cartão amarelo desnecessário no primeiro tempo, e o vermelho aos 14 minutos do segundo.

Sendo um tanto engenheiro de obra pronta, era um jogador improvisado que seria explorado pelo adversário até acontecer o que aconteceu. Poderia ter saído antes.

A partir daí, o Brusque pensou que seria possível suportar mais de meia hora de pressão da Chapecoense e parar de jogar. Aguentar ataque o tempo todo, rezando por um milagre isolado de Diego Tavares e Diego Mathias no contra-ataque.

Até poderia ter dado certo, mas foi um risco enorme, tomado em consequência de uma expulsão estúpida. E o gol de empate da Chapecoense harmoniza muito bem com a música-tema de Os Trapalhões. Era cena de comédia das mais escrachadas. Um lance que, no videogame, a pessoa desliga o computador ou o console, porque é inverossímil demais, só pode ser “bug” do jogo. Foi uma agressão aos sentidos.

Nenhum jogador faz nada. Matheus Nogueira grita que o lance é dele, mas se atrasa, não presta atenção ao redor, fica longe da bola. Todos olham para cima. Ianson, olhando para a bola e confiando em Nogueira, não pula. É triste ver um goleiro que não cansa de salvar o Brusque (e que já havia feito uma defesaça neste mesmo jogo) protagonizar um erro tão grave.

Mais um empate com gosto de derrota. Outro Dia da Marmota.

O Brusque hipotético

O Brusque tem 14 pontos e está chafurdado no Z-4, impossibilitado de sair na próxima rodada. Se não cometesse erros tão absurdos e decisivos nesta sequência de cinco empates, poderia ter pelo menos 20, embolado na turma entre o 10º e o 13º lugar. É um bom time de meio de tabela o Brusque hipotético.

Mas contra o Ituano, teve pênalti perdido e gol entregue de bandeja; contra o CRB, teve chances claras e pênalti perdidos. As partidas contra Avaí e Ponte Preta também se mostraram bem acessíveis. São cinco empates consecutivos.

Claro, o time já esteve bem pior. Ainda que os limites do meio para a frente sejam muito baixos, está taticamente mais acertado, a formação com três zagueiros passa uma segurança defensiva, há uma competitividade. Mesmo com os desfalques, os jogadores lutam, correm. Mas não sem o erro decisivo, que impede a vitória. E isto compromete o trabalho. Nesta toada, a situação pode ficar muito mais difícil de reverter até que o quadricolor volte ao Augusto Bauer.

O Brusque hipotético, do “se tivéssemos ganhado”, é demolido pela realidade de erros grotescos em sequência. Pela inconsistência e pela falha no momento de vencer, de matar um jogo. Só resta partir para a próxima rodada e torcer para que as bizarrices não aconteçam.

Renaux

Enquanto isso, na Série B do Campeonato Catarinense, o Carlos Renaux faz uma campanha muito sólida e pode ficar mais próximo do acesso do que nunca. Se vencer o Blumenau nesta quarta-feira, 17, às 17h, no Estádio das Nações, volta à vice-liderança com uma rodada por jogar na primeira fase. Os dois primeiros se classificam direto à semifinal, literalmente a dois jogos da elite.


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