O discípulo e a discípula missionários
A Igreja é chamada e enviada a proclamar o Evangelho e a salvação em Jesus Cristo a todos os povos. Mas, a Igreja é o conjunto de todos os discípulos e discípulas do Mestre Jesus, missionários peregrinos, anunciadores e testemunhas da Boa Nova do Reino de Deus. A missão da Igreja, portanto, é vivida e […]
A Igreja é chamada e enviada a proclamar o Evangelho e a salvação em Jesus Cristo a todos os povos. Mas, a Igreja é o conjunto de todos os discípulos e discípulas do Mestre Jesus, missionários peregrinos, anunciadores e testemunhas da Boa Nova do Reino de Deus. A missão da Igreja, portanto, é vivida e testemunhada pelo discípulo (a) missionário (a), e pelas comunidades eclesiais missionárias, como tão bem asseverou o Documento de Aparecida.
Nesse sentido, a partir de uma intuição profundamente missionária, a Igreja na América Latina é chamada a repensar a si mesma e a sua missão no mundo. A missão provoca a Igreja para uma conversão pastoral profunda. A Conferência de Aparecida almeja que Igreja seja decididamente missionária‖. O Documento de Aparecida (DA), resgatando a dimensão missionária da Igreja, já explicitada no Concílio Vaticano II e outros documentos eclesiais, principalmente, da América Latina, insiste que a Igreja precisa passar por um processo de conversão pastoral.
Conversão pastoral de nossas comunidades que consiste em passar de uma pastoral de mera conservação para uma pastoral decididamente missionária. Desta forma, será possível introduzir um novo ardor missionário, fazendo com que a Igreja se manifeste como mãe que sai ao encontro e acolhe a todos, criando um ambiente de comunhão e de amor fraterno (Cfr. DA 370).
Essa conversão pastoral, em nível pessoal e em nível comunitária, é um processo permanente que evita a estagnação da vida da comunidade eclesial e favorece a renovação constante e a vitalidade da vida comunitária, na vivência da fé e da caridade.
Portanto, se a missão é o coração da |Igreja, a dimensão missionária jamais pode ser olvidada em nossas atividades pastorais. Ela tem que necessariamente estar presente, em cada ação de todas as pastorais, movimentos, serviços e ministérios da Igreja, para que ela possa verdadeiramente cumprir sua missão no mundo.
A dimensão missionária é, antes de tudo, dimensão de nossa fé que diz respeito a todo discípulo (a) missionário (a), em virtude do próprio Batismo e da Crisma. O envio missionário não é só para os que são chamados a vivê-lo além-fronteiras em terras de missão. Esse envio é para alguns discípulos (as) missionários (as) com chamado especial. Jesus, porém, dirige a todos os discípulos (as) o chamado ao envio missionário a todos os povos que será vivido e testemunhado de diferentes formas, segundo os momentos históricos e os contextos socioculturais, por meio da fé, da caridade e da esperança, no contínuo dom de si em união com toda a Igreja.
A Conferência de Aparecida afirma um verdadeiro discípulo é missionário e o verdadeiro missionário é discípulo. Daí, deduz-se que viver a experiência do discipulado, necessariamente, implica a missionariedade, no processo de seguimento de Jesus, fruto da conversão.
A dimensão missionária não pode ser desvinculada de um amadurecimento pessoal e comunitário dos cristãos (ãs) e das comunidades eclesiais. Por isso exige constante esforço de aprofundamento do conteúdo da missão e a espiritualidade aberta aos apelos do Espírito que sobra onde quer e como quer. Desta maneira, tanto o discípulo (a) missionário (a) como a comunidade eclesial não podem se fechar sobre si mesmos, mas estar sempre atentos às necessidades da Igreja. A dimensão missionária proporciona dinamismo e vitalidade permanentes à vida da Igreja.