O fim trágico do Brusque no Campeonato Catarinense
Não poderia ser mais simbólica a última derrota do Brusque no Campeonato Catarinense. Foi debaixo de forte chuva, num clássico contra o vice-lanterna Metropolitano que foi rebaixado mesmo com os esforços empregados para derrotar o principal adversário neste domingo, 7. Uma derrota para marcar o que foi a ladeira abaixo das últimas rodadas do Bruscão.
Já na montagem do elenco, ainda em dezembro – período pós título da Copa Santa Catarina – a diretoria apresentou problemas nas contratações. Não só se desfez de jogadores especialistas na armação de jogadas, como Jean Dias e Safira, mas também não conseguiu repôr as peças. Chegou a ficar um bom período treinando sem armadores, com exceção do jovem e inexperiente Gustavo.
A aposta em Paulo Baier se provou falha. O técnico teve tempo para trabalhar com o elenco e fez vários jogos-treino, e mesmo assim não tinha convicção no trabalho, realizando substituições durante o primeiro tempo. Caranhato chegou após a terceira rodada já com alguns reforços a mais. Mesmo assim tirou leite de pedra e conseguiu dar um padrão de jogo, embora tenha pecado no relacionamento com alguns atletas.
Com poucos recursos, o Brusque acabou por fazer um campeonato do tamanho das suas limitações. O que pesou foi a sequência final de quatro derrotas, além de ter perdido pontos em jogos que estavam a sua feição. Ver o Marcílio Dias, com menos recursos ainda, ficar acima na tabela também foi a prova de que não dá pra colocar toda a culpa no baixo orçamento.
A Série D é logo ali. Falta menos de um mês para a estreia contra o Boavista. O mínimo que a torcida espera é que o Bruscão leve a sério, e não passe mais um ano apenas participando. Para o time, a competição já começou. Diferente de como foi no estadual, a expectativa é que bons nomes – principalmente em se tratando da comissão técnica – se apresentem ao CT Rolf Erbe.
Se conseguir subir para a Série C, o clube terá, pela primeira vez desde que retornou à elite estadual, em 2016, acertado seu foco. De nada adianta fazer grande campanha estadual e jogar no lixo a melhor oportunidade da temporada. Se voltar a cair nas primeiras etapas, não importa o que acontecerá na Recopa Catarinense ou na Copa Santa Catarina: terá feito mais um ano descartável em sua história.
A possibilidade Waguinho
Waguinho Dias é um dos cotados a assumir o Bruscão para o Campeonato Brasileiro da Série D. Seu desempenho com o tecnicamente fraco elenco do Marcílio Dias o credencia para este novo desafio. Porém, o Brusque enfrenta concorrência para contratá-lo com o Tubarão. Além de Dias, Luciano Gusso, atualmente membro da comissão técnica do Avaí, também é cotado.
Sobre Caranhato
É preciso que se respeite a história que Marcelo Caranhato tem com a camisa do Brusque como jogador. Já como técnico, dentro do estadual, teve um bom desempenho logo após sua chegada, mas que se desgastou com problemas de relacionamento ao longo da competição. Foram poucos os jogos em que ele errou a mão na escalação ou nas substituições. É preciso que se compreenda: o time era limitado, e quem discorda disso simplesmente não assistiu a nenhuma partida nesta temporada. Sua iminente saída é devido ao desgaste com o elenco.
Campeão Mundial em Brusque
No fim dos anos 1950, Brusque recebia de braços abertos um campeão do mundo. Era Waldir Pereira, mais conhecido como Didi, que havia acabado de conquistar a taça de 1958 – conquistaria também a de 1962. Também conhecido como o Príncipe Etíope, ele posou para uma foto ao lado de brusquenses. Pela ordem, da esquerda para a direita, estão: Ciro Gevaerd, Didi, Teixeirinha, Erich Bückmann e Neco Heil.