“O governo está saindo das cordas”, diz presidente do PT
Felipe Belotto avalia manifestações realizadas no domingo e rechaça tese de impeachment
O vereador Felipe Belotto, presidente do diretório municipal do Partido dos Trabalhadores (PT), principal alvo dos protestos, disse que o teor e a dimensão das manifestações realizadas no domingo “já eram esperados”. “Não imaginei que fosse ser diferente disso, nos lugares onde o Aécio Neves venceu a eleição, o clima eleitoral está muito recente, ainda, e houve adesão de boa parte dos políticos da cidade que fazem oposição ao governo do PT”.
Ele afirma que o governo federal está “saindo das cordas”, referindo-se à oposição ferrenha que vem sendo feita no congresso, desde o início do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff. “As pessoas têm direito de se manifestar, devem ir para a rua para demonstrar sua indignação, e o governo tem que perceber que, disso, algumas pautas são possíveis de serem dialogadas, como a pauta contra a corrupção”, avalia Belotto.
Em relação ao pedido de impeachment da presidente, ele rechaça a tese, e diz que ela foi levantada para tentar desviar a atenção dos casos de corrupção existentes no país. “Dentro do estado democrático de Direito, não é possível ter entendimento de que um presidente eleito, que não está respondendo nenhum crime de responsabilidade, venha a sair”, diz, “Como se, derrubando a presidenta, todo o roll de corruptos e da corrupção fosse cair, num passe de mágica”.
Contudo, ele admite erros do governo, principalmente na condução da comunicação sobre seus atos. “O governo se propôs a fazer o ajuste fiscal de uma vez só e falhou muito na comunicação, teve muitos erros, a presidenta tinha que ter explicado o que significava o ajuste, ela só foi chamar a defesa pra si no dia 8 de março, e aquele pronunciamento não deu conta de resgatar a confiança de parte da sociedade”.
Documento é entregue na Câmara
Ainda como reflexo das manifestações, um documento foi entregue ontem, na Câmara de Vereadores, e será lido hoje em plenário. O conteúdo é uma petição para que o Legislativo brusquense envie carta ao Congresso, exigindo a saída de membros do poder Executivo Federal.
Ronald Kamp, presidente do Instituto Nossa Cidade (INC) e um dos organizadores da manifestação de domingo, afirma que “se pode concluir, de forma inquestionável, que esta foi a maior manifestação popular em toda a história de Brusque – e o melhor de tudo – totalmente pacífica e deixando a praça do Sesquicentenário até mais limpa do que ela estava antes desta manifestação popular”.
Ele contestou dado divulgado ontem de que 2 mil pessoas participaram do protesto – informação da Polícia Militar que, posteriormente, foi retificada pela própria PM, passando para 5 mil. Kamp calcula, por meio de método utilizado pela PM de Balneário Camboriú, que entre 6 e 8 mil pessoas participaram do protesto.