Em um ano complicado para a economia mundial, o agronegócio brasileiro continua se destacando no mercado internacional. No primeiro semestre de 2020, registrou faturamento de US$ 52 bilhões e alta de 16,5% nas exportações comparado com 2019, segundo pesquisa realizada pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Universidade de São Paulo.
Com objetivo de manter e melhorar este desempenho, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento anunciou que o Plano Safra 2020-2021 terá R$ 236,3 bilhões, ampliando em R$ 13,5 bilhões o plano antecessor. Os recursos foram disponibilizados para os produtores rurais contratarem financiamentos de 1º de julho de 2020 a 30 de junho de 2021.
O plano determina R$ 179,39 bilhões para custeio e comercialização e R$ 56,92 bilhões para investimentos em infraestrutura. A Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSolar) destacou que o Plano Safra reservou cerca de R$ 2 bilhões para projetos de inovação no campo, 33,3% a mais do que o período anterior.
Entre outras finalidades, os recursos podem ser investidos para melhorar a eficiência energética do segmento, recurso fundamental para que as etapas produtivas do campo sejam mantidas em pleno funcionamento.
A garantia de financiamento nesta área reflete a demanda por novas soluções, como os chamados sistemas híbridos, capazes de dar respostas à altura dos desafios e das expectativas colocados sobre o setor.
Energia como pilar
Os produtos gerados no setor agro consomem em torno de 30% da demanda mundial por energia. Dentro do processo produtivo, o insumo está entre os que mais oneram o orçamento.
Sistemas de manutenção da ordenha das vacas e da refrigeração adequada na produção do leite, controle de ventilação, e temperatura ideais dos aviários, processamento da produção e comercialização de grãos e irrigação de lavouras são algumas das etapas que dependem de energia e, sem ela, podem comprometer toda a cadeia produtiva.
É muito comum que os gestores do agronegócio procurem alternativas em geração de energia, e atualmente demandam geradores mais eficientes e com menores índices de geração de poluentes.
Algumas opções vêm da EaaS – Energy as a Service, ou energia como um serviço, na qual o agricultor contrata uma empresa que será responsável pelo fornecimento da energia com o aluguel do gerador mais adequado, bem como seu monitoramento, manutenção, conserto, substituição e atualização de tecnologia, quando necessários.
O objetivo é garantir um pacote para um abastecimento energético mais eficiente, adaptado às características do cliente.
Sistemas híbridos
Os sistemas híbridos utilizam mais de uma fonte para gerar energia elétrica. Uma complementa a outra para atender à necessidade de gerar energia sustentável, segura e a um custo acessível.
Com a instalação de captadores e geradores, são aproveitados os vários recursos disponíveis na propriedade – sol, vento, água, biomassa. É possível utilizá-los para abastecer locais que enfrentam problemas de potência ou que não estão ligados à rede da concessionária, por exemplo.
Desta forma, combinando os sistemas eólico e solar com o diesel a partir de tecnologias e equipamentos adequados, as energias de fontes renováveis se unem às não renováveis na captação e produção, que se encaminham para um subsistema de armazenamento e de ajuste de potência.
Os sistemas híbridos podem estar conectados ou não com a rede pública. Nas duas opções faz-se necessária a utilização de grupos geradores.
No primeiro caso, os equipamentos entram em operação quando há falha ou interrupção da energia da concessionária e seguram o fornecimento até a sincronização com a fonte híbrida. Além disso, o uso de fonte renovável ajuda na redução do consumo via companhia pública.
No segundo, que possui um valor mais econômico de instalação, especialmente em locais remotos, o gerador será acionado quando a carga da bateria acumulada das fontes renováveis estiver baixa.