Desde Gosto de Sangue, em 1984, todo filme assinado pelos irmãos Ethan e Joel Coen é obrigatório para quem ama cinema. Eles produzem obras de todos os “tamanhos”, dos clássicos instantâneos como Fargo às joias com sabor da era de ouro de Hollywood, como Na Roda da Fortuna. Passando por marcos da cultura pop como Arizona Nunca Mais ou O Grande Lebowski.

É comum, na obra dos irmãos, um humor malvado, sem condescendência. É o caso dos segmentos iniciais de A Balada de Buster Scruggs, filme da dupla que estreou na sexta-feira passada, diretamente na Netflix (e em algumas salas de cinema nos States, estratégia que mostra que estão de olho nas indicações ao Oscar).

O filme é dividido em seis episódios independentes, todos tendo o “velho oeste” como cenário. O primeiro, “The Ballad of Buster Scruggs”, com Tim Blake Nelson, reúne clichês de uma forma surpreendente. O segundo, “Near Algodones”, mostra um James Franco que não se vê todos os dias. Depois temos Liam Neeson e Harry Melling no nada cômico segmento “The Meal Ticket”. Em “All Golden Canyon”, temos a atuação praticamente solo de Tom Waits como o caçador de ouro. O quinto episódio, o mais triste, é “The Gal Who Got Rattled”, com Zoe Kazan. O filme fecha com o misterioso “The Mortal Remains”.

 

E a gente fica com a sensação de que vamos precisar de algum tempo para digerir tudo o que acabamos de ver. Sensação que anda cada vez mais rara…