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O papa e o genocídio da Ucrânia

O papa Francisco tem sido usado – contra sua vontade, é claro, – quase que como garoto propaganda de causas “revolucionárias”. É comum que seu nome seja associado a movimentos libertários. Frases entrecortadas de algum discurso seu sempre são utilizadas pela grande mídia para fazer pensar que o pontífice é um arauto da revolução cultural. […]

O papa Francisco tem sido usado – contra sua vontade, é claro, – quase que como garoto propaganda de causas “revolucionárias”. É comum que seu nome seja associado a movimentos libertários. Frases entrecortadas de algum discurso seu sempre são utilizadas pela grande mídia para fazer pensar que o pontífice é um arauto da revolução cultural.

Recentemente, utilizaram uma frase sua pela metade para fazer campanha pró movimento gay. O papa disse, a respeito dos homossexuais: “Que sou eu para julgar? O catecismo da Igreja Católica explica tudo isso.” É evidente que cortaram a segunda parte, na qual o papa reafirma a perene doutrina católica sobre esse assunto. E a outra metade da frase ecoou pelo mundo como sinal de “abertura” da Igreja. A grande imprensa, há muito tempo, deixou de ser órgão informativo para ser instância de controle social. Ela esconde o que não interessa e divulga o que interessa, sempre de maneira parcial. O cidadão que se informa apenas pelos grandes jornais e pela TV é, praticamente, um analfabeto em relação ao que realmente acontece.

Outro exemplo desse viés ideológico do noticiário é o fato de que nenhum veículo da grande mídia noticiou a recente alusão do papa ao Holodomor, nome dado ao genocídio que os comunistas da União Soviética produziram na Ucrânia, na década de 1930. Para forçar a coletivização da agricultura naquele país, 3,5 milhões de pessoas foram mortas de fome, num dos episódios mais repugnantes da história da humanidade. Além dali, outros milhões foram mortos, em condições semelhantes, no Cazaquistão e em toda a União Soviética. Somando os mortos pelo comunismo no século XX, são mais de 100 milhões.

O fato de nenhum órgão da grande imprensa ter noticiado o comentário do papa ao genocídio ucraniano mostra bem a farsa desinformativa, que suaviza a violência dos comunistas e supervaloriza a de outros regimes. Para o estudante de história, Hitler parece ser o único carrasco do século XX, enquanto, na verdade, foi apenas um deles, o terceiro colocado, atrás de dois comunistas. Ser nazista é crime no Brasil, mas ser comunista é quase um ato de nobreza, um sinal de intelectualidade e “consciência crítica”. Até hoje, faz-se um alarde absurdo por causa de pouco mais de 300 terroristas mortos no Brasil durante a ditadura militar. Mas os mesmos adversários do regime militar não dizem uma palavra sobre as mortes provocadas pela guerrilha e pelos grupos terroristas da época, ou sobre as dezenas de milhares de mortos pelo comunismo cubano, o mesmo que os comunistas brasileiros queriam (e continuam querendo) implantar aqui. Que o papa continue lembrando os genocídios comunistas, e fale ainda da China, do Camboja, do Vietnã, de Cuba. E que nós também criemos vergonha e paremos de endeusar ditadores e assassinos em massa, como Fidel ou Che Guevara. Consciência crítica pela metade é alienação e burrice.