O passado não reconhece o seu lugar. Está sempre presente
Nesta edição, quero convidar o leitor para a seguinte reflexão: “ como e o que tem sido ensinado sobre história ao longo dos últimos anos? Como têm sido abordados temas como a 1ª e 2ª Guerra Mundial, a Guerra Fria, a Ditadura? ” O que dizer, quando a história reproduzida em sala de aula muitas vezes é “ pura decoreba”? Infelizmente, não raro o professor, – que deveria ser um “mestre na área” – não conhece o mínimo desejável. Como ensinar bem, como encantar o aluno se o próprio professor não domina e não é apaixonado pelo assunto? E, “pegando o gancho”, pergunto ainda: porquê “na Pátria Educadora” a história não é valorizada? Afinal, a quem interessa que o povo tenha “memória curta”?
Mas nem tudo está perdido, pois graças ao esforço de pessoas de visão de longo prazo há entidades que ainda conseguem conservar e manter acessível a “história real” – aquela que muitas vezes não está contemplada no conteúdo dos livros, apostilas e cartilhas escolares! São entidades que, além de preservar a história, abrem suas portas para escolas, pesquisadores e cidadãos que tenham interesse em complementar a sua formação ou simplesmente conhecer.
Regionalmente, podemos citar, por exemplo, a “Casa de Brusque”. Idealizada e fundada em 1953 pelo historiador Ayres Gevaerd e por um grupo de amigos amantes da cultura, das tradições e da história, o Museu e Arquivo Histórico do Vale do Itajaí-Mirim detém um acervo de imensurável valor histórico, resultado do persistente trabalho desse grupo pioneiro e que tem como mantenedor a Sociedade Amigos de Brusque – SAB.
Pois é….os que conhecem talvez consigam compreender a dimensão da frase que ela proferiu em sua primeira entrevista coletiva após a votação que aprovou a instauração do processo do Impeachment, após a primeira “lavada” registrada na fatídica votação na Câmara dos Deputados e que deixou claro a “ingovernabilidade” do poder central que não conta sequer com o apoio de 1/3 dos Deputados Federais. Disse a Presidente:
– “Estou tendo os meus sonhos torturados”.
Mais uma demonstração inequívoca da importância de se conhecer a “história real”. Sem esse tipo de conhecimento não é possível compreender o emaranhado político no qual o Brasil se encontra. E se não conhecemos, não compreendemos, a chance de uma mudança efetiva – para melhor – é mínima. Pois, como já disse Mário Quintana: “o passado não reconhece o seu lugar. Está sempre presente.”