O previsível e o imprevisível
Ontem (estou escrevendo, em 14 de março, de manhã), o Brasil se surpreendeu, com o que dois rapazes realizaram, em Suzano, SP. Sem dúvida, não é muito usual no mundo algo semelhante. Uma tragédia, onde o requinte de maldade alcançou um patamar que poucas vezes ou talvez nunca tenha chegado a tanto. As cenas da […]
Ontem (estou escrevendo, em 14 de março, de manhã), o Brasil se surpreendeu, com o que dois rapazes realizaram, em Suzano, SP. Sem dúvida, não é muito usual no mundo algo semelhante. Uma tragédia, onde o requinte de maldade alcançou um patamar que poucas vezes ou talvez nunca tenha chegado a tanto. As cenas da TV mostraram em parte.
Uma maldade, recheada de crueldade e barbárie. Sem dúvida, é um exemplo bem acabado do que o ser humano é capaz de arquitetar e executar, neste nível de atrocidade.
De fato, o ser humano é o único animal ou bicho que consegue agir abaixo de sua “animalidade humana”: um comportamento “sub-humano”. Outro animal não é capaz disso. Jamais o pardal agirá abaixo de sua “pardalidade”. O mesmo sucede com o leão, nunca abaixo de sua condição leonina. Não se verá jamais um ou um grupo de cães, torturando outro cão, por causa de suas ideias políticas ou porque não “roeu” o osso como os demais cachorros. Mas, o ser humano, homem e mulher, é capaz e faz.
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Claro que tudo isso é fruto de um dom que nós, seres humanos, temos: o dom da liberdade. É o maior dom, quanto a nossa constituição humana, na ordem natural. Para quem vive a fé cristã, é a Graça, a vida de Deus em nós. A liberdade, sabemos, é um instrumento ambivalente. Não tem vida própria. Depende de quem a usa, isto é, de quem se serve desse dom, para a suas opções, suas escolhas, suas decisões.
E é justamente, aqui, no exercício desse dom da liberdade, que entra a educação para o uso da liberdade. Essa educação se dá, em primeiro lugar, na família, auxiliada como suplementação pela escola e as demais instituições socioculturais da Nação. É, na família, que se aprende o conjunto de valores que vão nortear, em grande parte, o uso da liberdade, em todos os ambientes frequentados. Por isso, a família, em tudo, é a primeira educadora e formadora do cidadão/ã e, no âmbito da espiritualidade, da fé que professam.
A presença dos pais é imprescindível na educação do ser humano. Em situações especiais, às vezes, outras pessoas podem desempenhar essa função ou missão. Mas, jamais, em situação de normalidade pode ser delegada a outrem, menos ainda a escola ou outra instituição sociocultural. É, no seio da família, que vai se formando, gradativamente, a escala de valores que são a base de conduta do ser humano, na Sociedade e na Cultura, onde está inserido.
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Daí, a importância da presença ativa dos pais, na vida dos filhos. Presença amorosa, sim, mas exigente que encaminhe para o crescimento do filho/a, em direção a maturidade humana, em todas as dimensões da vida: física, psicológica, sociocultural e espiritual. Sempre é bom lembrar e, aqui creio que cabe bem, o princípio elementar: “ninguém dá o que não tem”. Desta forma, a maturidade dos pais é indispensável para que o filho ou filha possa encontrar o ambiente propício para se educar a conduzir sua vida, servindo-se do uso insubstituível do dom da liberdade.
Essas palavras não podem ser entendidas como um julgamento dos pais ou famílias dos dois rapazes facínoras de Suzano. Não me cabe julgar ninguém. Menos ainda, quem não conheço. São, apenas, uma reflexão que fiz “em frente ao computador, servindo-me de um teclado”. Os “fatos” pessoais ou socioculturais sempre falam. Nem sempre, temos tempo para “escutá-los”, “entende-los” e “aproveitá-los” para a vida. A vida ainda continua sendo a melhor escola e educadora do ser humano que quer comportar-se como “ser humano”, no nível “humano”, jamais “sub-humano”, esforçando-se sempre mais para realizar ações, impregnadas de “sobrenaturalidade” ou espiritualidade.