O princípio do bem comum
Um bom candidato para qualquer função pública é aquele que pensa e age (trabalha) em vista do bem comum. Esta afirmativa vale também para qualquer partido político que se apresente para ser sufragado pelos eleitores. O princípio é fundamental para construção de uma sociedade e de uma cultura que possam oferecer ao ser humano um campo propício para a realização de suas capacidades e potencialidades, em vista de uma perfeição.
A Doutrina Social da Igreja tem sua posição bem definida a respeito do princípio do bem comum. Afirma que o bem comum deriva da dignidade, unidade e igualdade de todas as pessoas, porque está relacionado a cada aspecto da vida social a fim de encontrar pleno sentido. Também dá a noção básica de bem comum: “o conjunto de condições da vida social que permitem, tanto aos grupos, como a cada um dos seus membros, atingir mais plena e facilmente a própria perfeição”.
Explica também que “o bem comum não consiste na simples soma dos bens particulares de cada sujeito do corpo social. Sendo de todos e de cada um, é e permanece comum, porque indivisível e porque somente juntos é possível alcançá-lo, aumentá-lo e conservá-lo, também em vista do futuro”. Da mesma forma que o agir moral de cada ser humano se realiza em fazer o bem e evitar o mal, o bem comum pode ser entendido como a dimensão social e comunitária do bem moral. Uma Sociedade e uma Cultura que pretendam estar a serviço do ser humano têm que ter como meta prioritária o bem, enquanto bem de todas as pessoas e da pessoa toda, a fim de oferecer as condições necessárias para a sua perfeição.
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A Doutrina Social da Igreja lembra que as exigências do bem comum derivam das condições sociais de cada época e mais ainda estão conexas com o respeito e com a promoção integral da pessoa e dos seus direitos fundamentais. O bem comum empenha a todos os membros da Sociedade. Ninguém está escusado de colaborar, de acordo com suas possibilidades, na sua busca e no seu desenvolvimento. Em contrapartida, todos também têm o direito de fruir das condições de vida social criadas pelos resultados da consecução do bem comum.
Se todos nós somos responsáveis, não resta a menor dúvida que aquelas pessoas que na Sociedade e na Cultura têm uma função social específica têm bem mais. Ninguém consegue por si só se bastar para seu desenvolvimento pleno. Nem mesmo as famílias ou grupos sociais. Daí, serem necessárias as instituições políticas, cuja finalidade é tornar acessíveis às pessoas os bens necessários – materiais, culturais, morais, espirituais – para levar uma vida verdadeiramente humana. O fim da vida social é o bem historicamente realizável.
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Por isso são necessárias instituições socioculturais sólidas para prestarem esse serviço na construção do bem comum. O governo de um país tem a tarefa específica de harmonizar com justiça os diversos interesses setoriais.
Na visão da fé cristã, Deus é o fim último de suas criaturas e por motivo algum se pode privar o bem comum da sua dimensão transcendente, que excede, mas também dá cumprimento à dimensão histórica. Uma visão puramente histórica e materialista acabaria por transformar o bem comum em simples bem-estar econômico, destituído de toda finalização transcendente ou bem da sua mais profunda razão de ser.
Num estado democrático, o voto é o grande instrumento de escolher as pessoas que, de fato, são capazes de trabalhar, pelo seu serviço público, na construção do bem comum. Na hora do voto, não se pode olvidar essa dimensão do nosso voto. (baseado no Compêndio de Doutrina Social do Pontifício Instituto para Doutrina Social)