O que propõem os novos planos de desenvolvimento e gestão de Brusque
Iniciativas elaboradas com Sebrae e entidades empresariais apontam diretrizes para próximos anos e organizam funções
A Secretaria de Governo e Gestão Estratégica de Brusque elabora o Plano de Desenvolvimento Econômico (Pedem) e o Plano de Gestão Estratégica (Pegem), programas de longo prazo voltados para a exploração de áreas econômicas promissoras do município e para aplicar melhorias no funcionamento do poder público. São dois dos principais projetos da pasta. A expectativa é de que sejam lançados em maio e junho, respectivamente, ou, na pior das hipóteses, pelo menos antes das eleições.
Ambos são fruto do programa Cidade Empreendedora, do Serviço Nacional de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). O Pedem é um plano com execução de 15 anos, sendo elaborado desde agosto de 2019.
A Associação Empresarial de Brusque (Acibr), a Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) e demais entidades representativas de comércio e indústria do município participaram da organização do Pedem. Foram identificados cinco eixos de desenvolvimento para Brusque a próxima década e meia: indústria têxtil, confecção, construção civil, indústria eletro-metalmecânica e o eixo formado por tecnologia, educação e inovação. Mais de 50 empresários brusquense participaram dessas reuniões.
“Em razão de ser um plano desenvolvido para o município, não importa quem suceder a atual gestão. A intenção é de fortalecer este plano, criando compromisso entre candidatos em entidades para que haja uma continuidade nos próximos 15 anos. Cidades vizinhas como Balneário Camboriú, Penha, Itapema e Navegantes possuem este plano bem definido e demonstrado”, comenta Molina. Com a participação efetiva da Acibr, a ideia é de que a própria entidade faça a cobrança à administrações municipais futuras para o seguimento e o cumprimento do programa.
“Não podemos nos tornar uma cidade-dormitório, ou uma cidade que estávamos nos tornando, uma referência somente em compras, ou relacionada a uma grande loja”, completa.
Com base nas pesquisas em cada eixo, são listados fatores facilitadores e restritivos dos seus respectivos desenvolvimentos.
O Pedem apresenta as seguintes propostas para a educação:
– Articular junto às instituições de ensino para promover a formação empresarial e colaborativa;
– Fomentar ações para criar nos jovens o interesse pela educação profissional;
– Estimular a interação dos eixos com Instituições de Ensino para a realização de TCCs e teses de Mestrado e Doutorado com foco nos fatores restritivos e estratégias;
– Fomentar a utilização de tecnologia na aprendizagem nas escolas municipais;
– Implantar a disciplina de empreendedorismo na rede municipal de educação;
– Criar uma política pública de aproximação das principais matrizes econômicas do município com as instituições de ensino superior e técnico com objetivo de criar um ambiente de inovação nas empresas.
Há também passos especificados em infraestrutura para serem seguidos:
– Estabelecer melhorias nas rotas e linhas do transporte público municipal;
– Implantar a rede de esgotamento sanitário em 100% do município;
– Atualização do Plano Diretor do município com participação da sociedade civil, focando no desenvolvimento econômico sustentável;
– Executar o Plano de Mobilidade Urbana;
– Introduzir procedimento de desburocratização no poder público municipal;
– Avançar em relação ao funcionamento do Centro de Inovação.
O Pegem, por sua vez, trata-se de uma organização de diversas situações da administração municipal. Com uma coleta de dados em cada secretaria, a Secretaria de Governo e Gestão Estratégica estabeleceu metas e tempos de execução de tarefas para cada parte da administração municipal, visando integrar as pastas em um modelo de gestão que seja prático. A ideia é de que o plano possa ser utilizado para organizar gestões futuras.
Por meio da iniciativa, foram identificadas diversas redundâncias e falhas de comunicações e organização. De acordo com Molina, trata-se de um problema encontrado pela atual gestão da prefeitura já quando assumiu, em 2017.
O secretário exemplifica com exemplos: quando o Instituto Brusquense de Planejamento (Ibplan) liberava um projeto, o setor de tributação não provia o acompanhamento correto, precisando fazer um retrabalho. O Departamento Geral de Infraestrutura (DGI), em algumas ocasiões, planejava obras já planejadas ou até mesmo executadas pela Secretaria de Obras.
“A bagunça na qual encontramos a prefeitura quando assumimos era incalculável”, comenta Molina. “Este planejamento no Pegem define perfeitamente as funções de cada funcionário, seja efetivo ou comissionado. As tarefas das secretarias ficam muito bem qualificadas e a ideia é que não haja mais esta redundância, este retrabalho.”