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O ser humano visto como objeto

O ser humano visto como objeto

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Por Beatriz Teresinha Dias
Psicóloga comportamental cognitiva

Vivemos em uma sociedade na qual o conceito a respeito da conquista material é uma fonte inesgotável. “Quanto mais se tem, mais se quer ter”, parece se perder a noção do que realmente faz sentido, do que realmente se faz necessário para uma vida mais saudável e feliz.

O individuo foi criado com inteligência, capacidades e habilidades á serem desenvolvidas, porém, em muitos momentos da vida parece se esquecer deste dote a ele concedido, parece se tornar irracional pela forma como dirige seus pensamentos, atitudes e comportamentos.

Em relação a capacidades, muitas vezes o individuo faz escolhas estúpidas, com comportamentos bruscos, impedindo seu crescimento pessoal dificultando assim, o convívio com outras pessoas. E o que é ainda mais chocante, mantém o raciocínio preso em adquirir bens materiais, esquecendo-se de sua essência enquanto ser humano que é. Na maioria das vezes, nem se dá o direito de parar pra pensar o significado das palavras “ser humano”, que quer dizer não ser desumano. Todavia, exige do outro respeito e reconhecimento, quando se desrespeita ao esquecer-se de sua essência fazendo escolhas individualistas e capitalistas deixando seu próprio eu ao relento.

O consumismo está levando o individuo a decadência enquanto essência daquilo que é. A falta de reflexão está gerando pânico nas pessoas. O fato de não atingir o almejado frustra as pessoas, desencadeando nelas angústia e tristeza por não atingir o alvo, por não saciar a sede de conquistas e metas traçadas. E como se não bastasse, o mercado de trabalho com um olhar também linear seleciona os “melhores”. Então, surge o questionamento, quem é o melhor? Eu? Você? Já se deu conta disso? O que é ser o melhor? Quem deve ser o escolhido?

Aprendemos que devemos ter garra, ser forte, ter sonhos ir a busca. Mas, o que buscamos? Coisas materiais? Poderes? Disputas? Medir forças como se fossem cabos de guerra?Competições com o intuito de estar sempre em primeiro lugar?

O que fazemos na construção de valores destacáveis como vida mais tranquila, harmoniosa e saudável? Tudo parece ser importante, mas ao se tratar de pessoas, o conceito muda. Parece ser tudo muito simples, e ao mesmo tempo torna-se complexo. Verifica-se que a forma como muitos se detém sobre o assunto é vago e desmotivador. É o ser humano virando objeto sem saber.

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