O sonho acabou! E agora…?
Sim, a Copa do Mundo terminou para o Brasil! Ela continua para os outros. Nosso sonho do “Hexa” se foi… para mais uma temporada futura. Ainda depende de futura classificação para disputar mais uma Copa. Muita gente já escreveu ou falou a respeito do fracasso da nossa seleção futebolística. Muitos olham os pontos positivos, sem […]
Sim, a Copa do Mundo terminou para o Brasil! Ela continua para os outros. Nosso sonho do “Hexa” se foi… para mais uma temporada futura. Ainda depende de futura classificação para disputar mais uma Copa. Muita gente já escreveu ou falou a respeito do fracasso da nossa seleção futebolística. Muitos olham os pontos positivos, sem apontar as falhas visíveis. Outros ficam mais com os aspectos negativos, tanto do treinador como também dos próprios jogadores. Os comentários variam de tom. Uns mais exaltados, seja para elogiar, outros, porém, batem forte, tanto no técnico como em alguns jogadores. Outros ainda, no próprio conjunto.
Mas, se formos olhar tudo, não só sob o prisma futebolístico, como será que se poderia enxergar toda essa trajetória de preparação e execução de um projeto de busca de realização do sonho. Vejamos. Gostaria de convidar o caro leitor e a estimada leitora a não permanecer no nível puramente do futebol e ir além na reflexão. Isto é, olhar além daquilo que apareceu em campo e por que foi assim? Claro que cada um, certamente, pode opinar a respeito. Ofereço minhas considerações para serem apreciadas positiva ou negativamente.
Penso que para alguns jogadores da seleção faltou seriedade e maturidade para assumir a tarefa que estavam executando. Pensaram, em demasia em si, visando mais a “aparência” física, a “imagem” a ser “vendida” no mercado das “redes sociais” e do próprio marketing pessoal ou de algum produto ou rede de TV. “Penteados” e “buscas” a qualquer custo de espaço na mídia não ganham Copa. Esqueceram que estavam lá para representar o Brasil numa “competição esportiva”, não em outra competição qualquer.
Também, se analisa, com atenção as vitórias da seleção brasileira, quase todas elas aconteceram por jogadas individuais de algum dos jogadores. Poucos gols saíram de jogadas construídas por meio de arquitetura coletiva, de equipe. Por isso, a meu ver, imperou o individualismo em detrimento do trabalho construtivo de uma equipe. No último jogo com a Bélgica, foi visível esse modo de jogar. Novamente, alguns jogadores queriam “brilhar” sozinhos, aparecer, certamente, como os “salvadores da pátria”. Às vezes, tal maneira pode dar certo. Mas, é mais acertado, creio eu, confiar na força do conjunto.
Aquele adágio sempre repetido, também vale para uma equipe de futebol: “A união faz a força”. Algumas seleções, na Copa, mostraram isso. Mesmo, sem grandes “estrelas” foram adiante. E as com “estrelas” voltaram mais cedo. A lição vale para todos os setores da vida. Não só do e no futebol. Individualismo, vaidade, exibicionismo não somam para construção de um projeto coletivo.
Claro que nem tudo foi negativo e também nem todos os jogadores entraram no esquema de alguns que “focaram” mais em si que no conjunto. Pelo contrário, alguns mostraram seriedade e maturidade. Tanto na vida pessoal, como no exercício de sua missão de representar a Nação brasileira em uma competição esportiva. Certamente, a formação que receberam em família, escudada em valores que dão consistência a estrutura pessoal do atleta.
Nem todos tiveram, com certeza, ambientes familiares e socioculturais semelhantes, com valores que servem de fundamento na construção de uma vida madura, equilibrada e com reserva para assumir tarefas que exigem seriedade e dedicação, incluindo inclusive sacrifícios e renúncias, em vista de um bem comum. Mais, uma vez percebe-se o valor e a significação da família e do ambiente sociocultural na educação e formação de um ser humano. Quem teve a “sorte” de ter a disposição tudo isso, com certeza, não se deixou contaminar pelas “facilidades” das “concorrências desleais” ao trabalho a realizar. Teve princípios fortes que sustentaram sua postura pessoal, familiar e social.
A Copa falou e vai continuar a falar por muito tempo. É preciso escutá-la, entender sua fala e buscar um meio para aprender sua lição. Essa fala vale para todos nós.