OAB de Brusque adere à campanha contra corrupção
Movimento, encabeçado pela OAB federal, prevê parceria da entidade com cidadãos para coibir atos ilícitos
Movimento, encabeçado pela OAB federal, prevê parceria da entidade com cidadãos para coibir atos ilícitos
A subseção de Brusque da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) aderiu à campanha nacional contra a corrupção, proposta pela OAB federal. A intenção é que a Ordem seja parceira dos cidadãos no monitoramento de atos ilícitos que eventualmente ocorram no serviço público.
Em dezembro do ano passado, a OAB nacional editou um manifesto à sociedade brasileira, no qual aponta que a apropriação privada dos recursos públicos, em todos os níveis de governo, “é um obstáculo ao pleno desenvolvimento do Brasil como nação moderna”.
No documento, a Ordem pede investigação e punição mais rigorosa dos atos de corrupção praticados no país e, além disso, sugere algumas medidas, como o fim do financiamento empresarial de campanhas eleitorais.
“O financiamento de campanhas por empresas privadas cria uma sobreposição venenosa entre política e interesses empresariais, e precisa ser urgentemente extirpado das eleições que realizamos a cada dois anos”, diz parte do texto do documento.
Este manifesto foi corroborado pelo colégio de presidentes da seccional da OAB/SC, ocasião em que participaram todos os presidentes de subseções da OAB do estado. O documento foi corroborado, também, pela diretoria e pelo conselho da subseção da OAB de Brusque, que promete medidas práticas para colaborar com a campanha.
“A democracia e o estado democrático de direito não podem e não devem ser afetados por desmandos e atos ilícitos que venham a desviar bens e valores públicos, prejudicando assim, a devida aplicação do dinheiro público em reversão aos tão esperados serviços básicos que tragam à população brasileira saúde, segurança e educação”, afirma Paulo Piva, presidente da seccional de Brusque.
“Nos colocamos à disposição de todo cidadão que se sentir lesado em decorrência de quaisquer atos de corrupção sendo que, se necessário, nos procurem, a fim de que possamos providenciar os devidos encaminhamentos legais”, conclui.
Plano de combate à corrupção
No manifesto, a OAB propõe, ainda, 17 medidas que podem ser adotadas no país, no sentido de frear o desvio de recursos públicos para contas e bolsos privados. A primeira das sugestões é a regulamentação da lei 12.846, de 2013, denominada Lei Anticorrupção, que pune com mais rigor as empresas corruptas.
O fim do financiamento empresarial para candidatos e partidos políticos, bem como estabelecimento de limites para contribuições de pessoas físicas também é citado nessas medidas, assim como a criminalização do caixa 2 de campanha eleitoral.
A OAB sugere ainda que a lei Lei Complementar 135, denominada Lei da Ficha Limpa, seja aplicada para todos os postulantes à ocupação de cargos públicos, não somente àqueles que disputam cargos eletivos.
Consta ainda, no plano de medidas, a instituição da existência de sinais exteriores de riqueza incompatíveis com a renda e o patrimônio como causa para perda do cargo público e bloqueio dos bens. A OAB sugere, também, uma “redução drástica” no número de cargos de livre nomeação no serviço público, priorizando os servidores de carreira e concursados.
Também é solicitada maior autonomia às instituições de controle dos atos de governo, como a Controladoria Geral da União (CGU), dando-lhes mais recursos financeiros e humanos, de forma que se possa garantir a “permanente fiscalização da aplicação dos recursos públicos”.