Obras de terraplanagem no bairro Guarani voltam a preocupar moradores; Fundema explica o caso
Fiscais fizeram vistoria no local, mas moradores continuam insatisfeitos
Moradores do bairro Guarani entraram em contato com o jornal O Município para questionar um suposto aterramento que está sendo realizado no rio Itajaí-Mirim, próximo da obra do supermercado Komprão, nesta quarta-feira, 10.
A superintendente da Fundação Municipal do Meio Ambiente (Fundema), Ana Helena Boos, informou ao O Município que está sendo feito uma estrada de acesso no rio para realizar a obra de enrocamento. Após a finalização do enrocamento, o acesso será retirado.
Segundo ela, um fiscal e dois técnicos da Fundema fizeram a vistoria no local por volta das 10h30 desta quarta-feira. Ana Helena informa que os fiscais realizaram a medição e a obra está em conformidade com o projeto.
A superintendente destaca que o Projeto de Recuperação de Área Degradada (Prad) está contemplado na obra e consiste neste enrocamento, que será realizado para conter a força da água e não provocar erosão, danificar o leito do rio e o andamento da obra.
O tema já havia sido motivo de questionamento dos moradores na semana passada, quando a Fundema novamente reiterou que a obra estava dentro das conformidades. No entanto, com a intervenção nas margens do rio, o caso voltou a gerar preocupação.
Insatisfação
Apesar das explicações e confirmações de que o andamento da obra está em conformidade com a lei, moradores do bairro Guarani continuam insatisfeitos.
O ex-prefeito e morador do bairro, Danilo Moritz, comenta que “é preciso questionar e analisar a forma como as obras estão sendo feitas. Para quem conhece e já viveu o drama das enchentes sabe que estão instalando uma verdadeira bomba-relógio para uma tragédia anunciada.”
Ele relembra uma das obras realizadas quando era prefeito, a avenida das Comunidades, que liga o Centro com o bairro Jardim Maluche, e a construção da ponte conhecida como ponte do Maluche.
Moritz recorda que houve mobilização dos moradores do bairro Guarani, para saber quais eram os impactos da ponte no local. Apesar do projeto estar em conformidade com a lei, foi solicitado um estudo especializado para analisar a situação, e constatou-se que a construção da ponte iria aumentar o nível da água no local.
“O projeto teve que ser refeito e a ponte foi construída de acordo com o parecer apresentado”, comentou o ex-prefeito.
Sobre a obra de enrocamento que está sendo realizada no rio, Moritz destaca que, apesar da Fundema considerar a construção de acordo com a legislação, há uma falha da lei, que não prevê o impacto que pode ser causado no caso de cheias.
“Assim, resta à já sofrida população do Guarani se preparar para as próximas enchentes que, mais cedo ou mais tarde virão, enquanto que uns poucos gananciosos constroem obras pensando apenas no lucro garantido por dezenas de anos, e os burocratas se escondendo e justificando com os preceitos da lei. Como seria bom se houvesse um pouco mais de bom senso”, finalizou.
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