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Obrigatório por lei, descarte adequado de óleo de cozinha é realidade em Brusque

Empresa que presta serviço afirma que, mensalmente, 11 toneladas são recolhidas de cerca de 280 estabelecimentos

Lei municipal aprovada pela Câmara, de autoria do vereador Jean Pirola (PP), determinou que, a partir de 1º de agosto de 2013 os bares, buffets e restaurantes do município deveriam armazenar o óleo utilizado para cozinhar em recipientes adequados e encaminhá-lo para empresas de reciclagem ou a empresa concessionária do serviço de coleta de lixo.

Pelo projeto de lei aprovado no Legislativo e sancionado pelo então prefeito Paulo Eccel, fica proibido aos empresários do setor descartar a gordura e o óleo em pias, corpos d’água, riachos, rios, terrenos baldios, poços ou redes de drenagem, mesmo que em áreas abandonadas ou sujeitas a inundações.

Para quem não cumprisse a lei, foi estipulada multa de R$ 500, após a notificação, com destinação de recursos ao Fundo Municipal do Meio Ambiente, além da perda do alvará de funcionamento.

Quatro anos depois, o jornal O Município consultou estabelecimentos para saber como é feito o descarte do óleo utilizado na cozinha. Os locais pesquisados informaram que cumprem as regras.

A gerência do restaurante Degustu’s, no Centro, por exemplo, informou que, no local, parte da gordura vegetal utilizada na preparação dos alimentos é reaproveitada para a produção de sabão, posteriormente utilizado para lavar a louça.

A parte que não serve para esse fim é recolhida periodicamente por empresa especializada. Enquanto aguarda recolhimento, o material fica armazenado em baldes de plástico.

O restaurante Donna Dunna, localizado no Centro de Brusque, também afirma que faz o recolhimento do produto para empresa especializada.

Segundo informou o estabelecimento, a empresa recolhe uma vez por semana o óleo utilizado na cozinha do restaurante, e entrega um recibo no qual atesta que o material será reciclado e não será despejado no meio ambiente. No local são recolhidos, geralmente, 25 litros de óleo usado por semana.

No restaurante Degustu’s, parte do óleo de cozinha é utilizado para produção de sabão | Divulgação

São recolhidas 11 toneladas de óleo por mês

A empresa que recolhe o óleo utilizado nas cozinhas de ambos os restaurantes é a H2Óleo, única de Brusque apta a prestar o serviço especializado.

Aliás, não só nestes, mas em vários outros estabelecimentos. Segundo a H2Óleo, atualmente cerca de 280 empresas em Brusque têm contratos para recolhimento e descarte do óleo de cozinha da forma correta.

A quantidade de material recolhido mensalmente é em torno de 11 toneladas brutas incluindo os resíduos do óleo e da gordura. Quando são retirados os materiais sólidos, são cerca de sete toneladas de óleo e gordura.

Após o recolhimento, o material vai para o depósito da H2Óleo, onde é feito processo de filtragem, para retirada de água e partículas sólidas.

O material é todo reciclado, e vendido em estado bruto, principalmente para empresas que atuam na área de proteína animal, sobretudo produtoras de ração.

William Mohr, proprietário e administrador da empresa, afirma que o material que é recolhido nas empresas deixa de ir para a caixa de gordura dos estabelecimentos, o que gera economia no tratamento das fossas, no tratamento da água, além do material deixar de ir para o solo, onde causa problemas ambientais.

“Evita-se que esse resíduo seja descartado inadequadamente, e beneficia todo mundo”, afirma.

Ele diz, ainda, que cada vez tem havido mais adesões das empresas ao descarte correto de óleo de cozinha. Segundo Mohr, a H2Óleo está sempre monitorando o surgimento de novos empreendimentos no ramo de alimentação, e elas têm procurado a empresa para aderir ao modelo de coleta e reaproveitamento do material.