Óleo de soja, arroz e outros produtos têm alta nos preços em Brusque; saiba os motivos

Óleo de soja tem preço médio de R$ 5,41 em Brusque; do arroz é R$ 19,26

Óleo de soja, arroz e outros produtos têm alta nos preços em Brusque; saiba os motivos

Óleo de soja tem preço médio de R$ 5,41 em Brusque; do arroz é R$ 19,26

Uma pesquisa feita pelo jornal O Município em supermercados de Brusque nesta quinta-feira, 10, indica que o preço médio de um pacote de cinco quilos de arroz é de R$ 19,26. O valor foi calculado a partir da média dos preços de cada mercado. O valor médio do óleo de soja é de R$ 5,41. O pacote de um quilo de arroz, branco e parboilizado, apresenta preços que variam de R$ 3,99 a R$ 5,49.

O preço dos dois produtos está sendo bastante discutido nas redes sociais no último mês e os clientes têm se questionado por que os preços subiram. Entidades emitiram notas oficiais esclarecendo sobre o assunto.

A Associação Catarinense dos Supermercados (Acats), emitiu uma nota no dia 4 de setembro afirmando que “o setor supermercadista tem sofrido forte pressão de aumento nos preços de forma generalizada repassados pelas indústrias e fornecedores”.

Segundo a nota, itens como arroz, feijão, leite, carne e óleo de soja sofreram aumentos significativos. “Conforme apuramos, isso se deve ao aumento das exportações destes produtos e sua matéria-prima e a diminuição das importações desses itens, motivadas pela mudança na taxa de câmbio que provocou a valorização do dólar frente ao real. Somando-se a isso a política fiscal de incentivo às exportações, e o crescimento da demanda interna impulsionado pelo auxílio emergencial do governo federal”, explica a entidade.

A Acats ainda alerta “para o desequilíbrio entre a oferta e a demanda no mercado interno para evitar transtornos no abastecimento da população, principalmente em momento de pandemia do novo coronavírus”.

No dia 3 de setembro a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) comunicou à Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), do Ministério da Justiça e Segurança Pública, sobre os reajustes de preços para buscar soluções.

Segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que se refere às famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na quarta-feira, 9, os produtos que mais tiveram alta em agosto foram o tomate, óleo de soja, leite longa vida, frutas, carnes e arroz.

O Procon de Brusque recebeu três ligações de consumidores reclamando do preço do arroz, do óleo de soja e do pimentão verde e amarelo. Porém, eles não quiseram formalizar a reclamação junto ao órgão.

O Procon então procurou os estabelecimentos citados pelos consumidores para confirmar os valores citados. A orientação é que os clientes façam uma pesquisa de preço.

Maria Eduarda Merísio, proprietária e responsável pelo financeiro do Supermercado Guarani, diz que nos últimos meses houve um aumento não só no arroz e no óleo de soja, mas também em produtos como leite e derivados e até em produtos de limpeza. Ela ressalta que a empresa repassa o aumento para o consumidor, mas de forma gradativa. “Se aumentar demais acaba não tendo giro no produto”, diz.

A reportagem entrou em contato com outros dois supermercados. Um deles não quis se manifestar sobre o assunto e outro não deu retorno até a publicação desta notícia.

O que diz a indústria

No dia 28 de agosto a Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiaroz) publicou uma nota esclarecendo sobre a situação e disse que o setor tem enfrentado dificuldade no acesso à matéria-prima. “Esse movimento tem resultado em falta de referência para comercialização do arroz e na oscilação generalizada nos preços do cereal para cima, tanto para a indústria como para os consumidores”.

A associação diz que o setor produtivo e as autoridades competentes já foram comunicadas e que se preocupa com o abastecimento regular do produto até a próxima safra e de que haja uma estabilidade no preço final ao consumidor.

“Nos últimos 25 dias, observou-se uma alta de mais de 30% no custo da matéria-prima, além do reajuste já ocorrido em decorrência do aumento da demanda no início da pandemia. Os preços praticados ultrapassaram em 290% o valor do preço mínimo estabelecido pelo governo federal. Importa destacar que a matéria-prima representa parte expressiva do preço de venda do arroz, o que reflete sobremaneira no preço final ao consumidor”, explica a entidade.

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