Mas engana-se quem pensa que ela era a responsável pela cozinha. O trabalho de dona Olga na confeitaria era outro, bem incomum para uma mulher naquela época.
Olga Koehler: conheça uma das primeiras mulheres a atuar nas finanças de uma empresa em Brusque
Ela administrou o tradicional empreendimento da família em uma época em que mulheres eram educadas para ser apenas donas de casa
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Dona Olga era quem organizava o negócio. Durante o dia, deixava toda a parte financeira pronta para que o marido, após o preparo das delícias da Koehler, fosse até o banco depositar. “Meu pai fazia a parte da padaria e confeitaria. Ele levantava de madrugada para preparar tudo. Ela deixava o financeiro certinho pra ele, era só passar no banco mais tarde”, conta a filha.
“Naquela época, as mulheres eram criadas e educadas para serem esposas e donas de casa. Minha mãe exercia seu papel em casa muito bem, mas o que mais gostava era do trabalho fora. Ela tinha a cabeça muito evoluída”, conta a filha. Além de ser considerada uma mulher à frente do tempo profissionalmente, dona Olga também foi marcante no lado pessoal. Ela tinha mais de 50 anos quando adotou os filhos: Jaqueline e Roland Alfredo. “Para aquela época, adotar não era comum. E minha mãe batia de frente com todo o preconceito sobre o assunto. Apesar de ter idade já para quase ser nossa avó quando fomos adotados, ela era muito moderna”, diz. “Era época de Fenarreco. A confeitaria lotada. A mãe estava sentada no seu lugar, quando apagou e morreu. O copo que ela enxugava caiu no chão. Foi tudo muito rápido e natural. Ela morreu 10 meses depois do meu pai, foi de saudade. Depois da morte dele, ela continuou indo trabalhar porque era o que gostava de fazer, e morreu ali, onde mais gostava de ficar”.
O trabalho fez parte da vida de dona Olga. Impossível falar da confeitaria sem lembrar dela. E foi na confeitaria que ela esteve até o último momento. Dona Olga faleceu em outubro de 1991, aos 81 anos, sentada na sua cadeira, enxugando os copos.
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