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Ondas de calor em setembro: lojistas de Brusque comentam reação do mercado após mudanças repentinas de temperatura

Presidente da AmpeBr, Mauro Schoening, falou sobre o impacto na produção têxtil do município

Brusque tem sofrido com um calor escaldante nas últimas semanas. No dia 24 setembro, por exemplo, o município enfrentou uma temperatura de 36ºC. Números desse tipo não eram esperados por muitos moradores e também por quem trabalha no setor de vestuário no município, ainda mais no mês de setembro.

Em entrevista ao jornal O Município, lojistas alegam que, por causa das mudanças climáticas repentinas, peças de verão tiveram que ser expostas mais cedo nas vitrines. Já a linha de inverno ficou para trás.

Inverno é passado

A empresária Tânia Pehlk, proprietária da Talinda, diz que houve mudança na procura dos clientes. Segundo ela, o inverno deixou de ser procurado, o que fez com que as vitrines das lojas fossem alteradas. 

“Após a mudança nas vitrines as vendas melhoraram nas últimas semanas. Como também produzimos, tivemos que adiantar as peças de Alto Verão, ou seja, peças sem manga, já que os clientes estavam pedindo. Porém, nos últimos dias já esfriou de novo e o problema é que sobraram muitas peças de inverno”, conta a empresária.

Tânia afirma que a empresa tinha se preparado para vender peças mais pesadas. Pensando no ano que vem, a empresária afirma que novas avaliações terão que ser feitas. 

“Vou ter que avaliar com muita atenção as próximas compras de inverno do ano que vem. Será difícil para a empresa. Se o mês de outubro trazer mais frio será mais complicado ainda. Nessas situações, as vendas sempre sofrem alterações”, conclui.

Larissa Zambonetti Hang e a mãe, Inês Terezinha Abelino Zambonetti, são proprietárias da loja La Bella Modas, localizada no bairro Santa Terezinha. O espaço trabalha com moda masculina e feminina, do bebê ao adulto. Segundo Larissa, após as mudanças climáticas, muitas peças de inverno sobraram. 

“A procura mudou. Teve dias que estávamos vendendo manga longa e estava calor. Agosto foi um mês parado, já setembro mudou tudo. Tivemos que mudar as vitrines, a loja toda na verdade” diz.

Pensando em outubro, Larissa comenta que a ideia é continuar com as peças de verão na loja, já que, segundo ela, a possibilidade de alguém querer comprar peças de inverno é pequena. “Já esperamos um clima quente, ou seja, já ficam expostas as peças de verão”.

Malharias

O jornal O Município também questionou o presidente da Associação das Micro e Pequenas Empresas de Brusque (Ampebr), Mauro Schoening, sobre como as empresas de confecção, associadas à entidade, reagiram às ondas de calor que atingiram o município nas últimas semanas.

De acordo com o presidente, a maioria das empresas costumam trabalhar para compradores de todo o Brasil, ou seja, é preciso produzir verão o ano inteiro, já que há estados em que não há a presença do frio. 

“A maioria das empresas que fabricam aqui na região trabalha com coleção verão o ano todo. As fábricas já esperam por essas ondas de calor e os lojistas costumam ser rápidos quando há troca de clima. Toda loja possui peças de verão ‘a pronta mão’ para que a demanda possa ser atendida”. 

Sobre a possível queda nas vendas, Mauro diz que de fato ela costuma acontecer, já que a região de Brusque depende muito da estabilidade das estações. 

“É sabido que o comércio não reage bem às vendas e os números caem quando existem essas mudanças climáticas repentinas. Porém, os comerciantes sabem disso. É claro também que muitos lojistas conseguem ‘surfar nessas ondas de calor’ que chegam do nada. É preciso criatividade para chamar a atenção dos compradores nesses momentos”, conclui o presidente.


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