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Onde nasce o Itajaí-Mirim: como o rio é protegido em suas nascentes

Prefeitura de Vidal Ramos realiza ações de conscientização da população

O rio Itajaí-Mirim faz parte do cotidiano dos moradores de Brusque. Nos últimos anos, denúncias de descartes irregulares de efluentes e produtos químicos são constantes e causam apreensão à população, que convive com o problema. O tema já gerou inúmeras reportagens no jornal O Município.

Desta vez, às vésperas do Dia da Água, celebrado neste domingo, 22, o jornal busca entender como o rio é protegido no seu início, nas suas nascentes que ficam em Vidal Ramos.

O responsável pela Defesa Civil do município, Eduardo Techering, afirma que a nascente do rio está bem conservada, em área sem desmatamento. A mata ciliar só deixa de existir na parte urbana do município.

No entanto, a prefeitura tem dificuldades para ter acesso ao local e verificar a preservação. Isso acontece porque a área fica em terreno particular de uma empresa. A última verificação foi realizada com imagens aéreas de 2012, que mostravam a mata do entorno do rio intacta.

secretária de Turismo e Meio Ambiente de Vidal Ramos, Camila Barni, explica que desde 2015 a prefeitura tenta entrar em contato com os proprietários do terreno por telefone, e-mail, ofícios, mas nunca obteve resposta. 

Junção de dois ribeirões no Centro de Vidal Ramos. Foto: Ciro Groh

Ciro Groh, blogueiro do Jornal O Município, possui duas estações meteorológicas em terrenos particulares próximos à nascente. Estas famílias têm acesso ao local onde o rio nasce, e consideram o local preservado, sem desmatamento.

De acordo com Carlos Alexandre Reis, diretor da Defesa Civil de Brusque, a área foi visitada há um ano e o local não havia indícios de desmatamento e descarte de lixo ou produtos prejudiciais ao rio. 

Vista do Rio Itajaí-Mirim de Botuverá. Foto: Ciro Groh

Para a engenheira ambiental Bruna Ebele, que também é secretária do Meio Ambiente de Guabiruba, a conservação da nascente do rio em Vidal Ramos influencia nas condições do percurso do rio nas outras cidades. “É importante a preservação de um raio de 50 metros da mata ciliar na nascente, que seja intacta, preservada, de acordo com o Novo Código Florestal”. 

Em Vidal Ramos, no entanto, as construções podem ser realizadas com pelo menos 30 metros de distância do rio. A prefeitura não faz liberação de licença ambiental. O Instituto do Meio Ambiente (IMA) é a responsável pela liberação das licenças, e o escritório mais próximo fica em Rio do Sul.

Região das cabeceiras do Itajaí-Mirim. Foto: Ciro Groh

Em Vidal Ramos, praticamente todos os anos são realizadas diversas atividades em prol do meio ambiente. Em março do ano passado estava disponível ao público uma exposição intitulada “Por dentro da água”, feita com lixo recolhido do rio Itajaí-Mirim pelos servidores da prefeitura.

Segundo a Secretaria de Turismo e Meio Ambiente do município, a exposição teve parceria com a Secretaria de Educação, que levou crianças de quatro escolas municipais do 1º ao 5º ano para entender o impacto do lixo no rio.

Após a exposição, as turmas foram levadas à central de triagem do lixo, para entender como funciona o processo de separação após o descarte. 

Além disso, a prefeitura realiza a Semana do Meio Ambiente, quando vários serviços são disponibilizados: recolhimento de embalagens de agrotóxico, lixo eletrônico e uma barreira é colocada no rio para efetuar o recolhimento do lixo.

Alunos das escolas municipais de Vidal Ramos visitam exposição “Por dentro da água”. Foto: Divulgação