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Ontem foi noite de Oscar…

Já que continuamos sofrendo daquela diferença de fuso horário (o Oscar é entregue na noite de domingo e esta página fica pronta muitíssimas horas antes, evidentemente), só nos resta remexer nas últimas fofocas e notícias de antes da cerimônia, para, de repente, dar uma temperada na premiação.

Nos últimos dias, talvez a notícia que mais tenha causado indignação seja a campanha dos atores mexicanos contra a indicação de Yalitza Aparicio ao prêmio de melhor atriz. A “desculpa oficial” é a falta de experiência dela como atriz, já que é uma professora de pré-escola e nunca tinha atuado antes, até se submeter aos testes para o filme de Alfonso Cuarón. Mas a desconfiança geral é de que existe muito preconceito envolvido, já que Yalitza tem origem indígena… e a indústria do entretenimento mexicana vende uma imagem europeizada. Até disseram que ela tem a “sorte das feias”. Putz.

O que também chamou atenção nessas vésperas do Oscar, como sempre, foi a divulgação dos vencedores da Framboesa de Ouro, aquela premiação que atinge os piores do ano. Este ano, sobrou para Melissa McCarthy – que concorre a melhor atriz no Oscar, pelo filme Poderia Me Perdoar… mas que levou a razzie por outros dois filmes, The Happytime Murders e Alma da Festa. Como compensação, ganhou uma framboesa de redenção. Menos mal.

Quem também levou suas duas framboesas foi… Donaldo Trump, pela participação nos documentários Death of a Nation e Fahrenheit 11/9. Deve ter tuitado muito…

 

Atualizando, já que já estamos na segunda-feira… 

Sim, Trump tuitou muito, mas sobre outra coisa. Ele reagiu ao discurso de Spike Lee ao receber o Oscar de melhor roteiro adaptado – e de dizer para as pessoas “fazerem a coisa certa” e ficarem do lado certo da História, nas eleições de 2020. Trump considerou isso racismo. Sim, racismo. Não, não procure lógica.

A noite foi pura cultura pop. A abertura direto com a apresentação do Queen, substituindo o “discurso inaugural” do apresentador, já que não havia apresentador, foi certeira. Houve até quem tenha reclamado da pouca duração do número.

Bohemian Raphsody ganhou um bom lote de prêmios, incluindo o de melhor ator. Questionável.

Mas a noite vai ser lembrada pela apresentação de Lady Gaga e Bradley Cooper, sem dúvidas. De repente, o mundo parece shippar o casal e torcer para que saiam dos personagens para a vida real. A música, como era de se esperar, ganhou o prêmio de canção original.

 

As poucas surpresas da noite: Glenn Close não levou o Oscar de melhor atriz, que foi vencido por Olivia Colman. E Green Book foi o filme do ano, apesar das polêmicas em relação a seu roteiro – que “pesou a mão” na amizade entre o motorista italiano e o músico negro, segundo a família do próprio Don Shirley.

Em todo caso, acabou sendo uma noite de celebração da diversidade, com os prêmios vencidos por Pantera Negra, Se A Rua Beale Falasse e o próprio Green Book.

Roma, embora não tenha levado o principal prêmio da noite, foi o filme mais beneficiado pelo Oscar 2019. Pessoal na Netflix deve estar feliz da vida.