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Operação prende grupo que vendia falsos pacotes de viagem para Terra Santa

Organização aplicava golpes no sul e sudeste e fez 108 vítimas apenas em Blumenau

Nove integrantes de uma organização criminosa foram presos na manhã desta quarta-feira, 19, após enganarem fiéis de seis estados. O grupo vendia pacotes de viagem falsos para a Terra Santa. Apenas em Blumenau, 108 pessoas foram vítimas do golpe, somando um prejuízo de quase R$ 800 mil.

A Operação Shalom faz parte de uma investigação conjunta entre a 2ª Delegacia de Polícia de Blumenau e a Delegacia do Consumidor de Curitiba. Foram três mandados de busca e apreensão e nove mandados de prisão dos líderes da quadrilha, cumpridos nas regiões de Curitiba e São Paulo.

A investigação encontrou vítimas em Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. Os pacotes de viagem eram voltados especialmente para Israel, mas também incluía viagens para o Egito. De acordo com o delegado de Curitiba André Feltes, o grupo atuava sempre da mesma maneira.

Os serviços eram oferecidos às entidades religiosas das cidades e os líderes das igrejas, ludibriados pelos criminosos, captavam um número maior de pessoas. Os golpistas se passavam por pastores, apresentando até mesmo carteirinhas de denominações evangélicas, porém não possuíam vinculação a nenhuma igreja.

Eles também conseguiam atrair um grande número de vítimas ao anunciarem “promoções relâmpago”. O valor dos pacotes começava em cerca de R$ 10 mil, mas em seguida reduziam o preço pela metade.

Os interessados, boa parte das vezes idosos, faziam depósitos bancários, pagavam em dinheiro ou até mesmo davam os cartões de crédito para os criminosos. Alguns foram também vítimas de compras feitas pelos golpistas nos cartões. Após a venda dos pacotes, eles alegavam que a empresa havia falido.

Em Blumenau, as 108 vítimas incluem fiéis uma igreja evangélica, integrantes de outras igrejas e até mesmo pessoas de fora do ciclo religioso que estavam interessadas nas viagens. Muitos deles idosos. Todos iriam juntos em uma caravana para a Terra Santa.

Todos os líderes da organização foram presos e serão indiciados pelos crimes de estelionato e associação criminosa. Eles tinham entre 27 e 61 anos. O grupo também será investigado por lavagem de dinheiro. De acordo com a Polícia Civil de Curitiba, os golpes em todo o país somam quantias milionárias.

O chefe da quadrilha, de 45 anos, já havia sido preso em 2015 pelo mesmo golpe. Na época, o prejuízo havia sido de cerca de R$ 1 milhão. Ele foi detido no aeroporto Afonso Pena ao tentar fugir do país e acabou sendo alvejado por três tiros ao tentar atacar um policial.

Shalom
O nome da operação remete ao nome da empresa que o grupo iniciou para aplicar os golpes, Shalom Operadora. De acordo com o delegado de Blumenau Lucas Gomes de Almeida, os criminosos decretaram falência para começar outras empresas e continuar a operação.