OPINIÃO: Brusque se torna exemplo para o Brasil em segurança pública
Editorial: A segurança em Brusque
O tema segurança sempre está presente em nossa pauta. Por um ângulo ou outro ele acaba ganhando espaço em nossos noticiários, seja falando de nosso cotidiano com suas ocorrências diárias, seja falando dos desafios de nossa estrutura nas forças policiais ou até mesmo das cerimônias e homenagens que acontecem nesta órbita.
Neste sentido, um dos eventos mais emblemáticos aconteceu no último dia 31 de maio, quando a Acibr organizou uma homenagem ao juiz da Vara Criminal e diretor do Foro da comarca, Edemar Leopoldo Schlosser. A iniciativa partiu como reconhecimento do trabalho e esforço do magistrado em prol da segurança de nossa cidade.
O juiz Edemar é um dos pilares que nos mantém como uma das cidades mais seguras do Brasil. Em 2018 o magistrado foi considerado o mais produtivo na área criminal de acordo com o Tribunal de Justiça de Santa Catarina. Mas muito além de sua produtividade está seu comprometimento com a causa, fazendo muito com pouco.
O juiz Edemar não está sozinho nesta cruzada. As polícias Civil e Militar também fazem parte desta estrutura e também participaram do evento, por meio do delegado Alex Reis, que substituiu o delegado regional Fernando de Faveri e do comandante Otávio Manoel Ferreira Filho.
Estas forças de segurança trabalham juntos por aqui e conseguem resultados extraordinários. Prova disso é o levantamento que o Observatório Social de Brusque realizou para conhecer a relação de habitantes por policiais. Na comparação, Guabiruba lidera a lista de municípios mais desassistidos, com um policial para cada 1876 habitantes. Brusque aparece em quinto lugar com um policial para cada 1679 habitantes.
Ter uma segurança de qualidade é um processo em construção. Cada elo desta corrente deve estar firme em prol do mesmo objetivo
Mesmo assim temos um “padrão europeu” de segurança, como afirmou o comandante Otávio recentemente. Para se ter uma ideia, o número de homicídios no Brasil é de 25 a cada 100 mil habitantes, em Santa Catarina são 12 e em Brusque, 4. E se analisarmos a resolução destes homicídios teremos no Brasil 10% destes crimes elucidados, contra 40% de Santa Catarina e mais de 90% em Brusque.
Mas nem sempre foi assim. Em 2009 tivemos por aqui a operação Arrastão, que tinha como base o combate aos jogos de azar e a corrupção de policiais. Nesta operação foram presos e condenados policiais militares que iam do major ao soldado e, na Civil, do delegado regional ao estagiário. Além de oficiais e policiais estavam envolvidos empresários, comerciantes e até vereador.
Por isso é tão importante o interesse e envolvimento das entidades e da sociedade civil neste tema, para que nunca mais esta triste história aconteça. Para que não tenhamos nas forças de segurança bandidos escondidos atrás de fardas. Também não queremos líderes que se escondam em desculpas e na incompetência e que sejam coniventes com o crime.
Neste sentido, homenagear nosso juiz e nossos atuais líderes das polícias Civil e Militar faz todo sentido. Queremos que seus nomes estejam no panteão da cidade e seus trabalhos reconhecidos.
Feito este reconhecimento, é preciso continuar com esta sinergia, unindo forças e buscando sempre melhorar nossa segurança como está acontecendo neste momento com a articulação das entidades da cidade para que sejamos contemplados com novos policiais, conforme publicamos na edição de quarta-feira.
Por fim, precisamos entender que ter uma segurança de qualidade é uma busca, um processo em construção. Cada elo desta corrente deve estar firme e interligado com as demais em prol do mesmo objetivo. Brusque tem feito com maestria a lição de casa e hoje é um exemplo para o Brasil por ter conseguido uma mudança tão grande de postura e de cultura em tão pouco tempo. Que continue sempre assim, atuante e vigilante em benefício da comunidade.