Opinião – Corrida eleitoral em Brusque: a maratona dos 100 metros rasos
Por Marcos Maestri Advogado A eleição em Brusque se desenrola em um cenário de velocidade jamais visto antes. Enquanto o processo eleitoral costuma ser comparado a uma maratona, este ano a disputa se assemelha mais a uma corrida de 100 metros rasos, com os candidatos se lançando ao sprint em busca da vitória em um […]
Por Marcos Maestri
Advogado
A eleição em Brusque se desenrola em um cenário de velocidade jamais visto antes. Enquanto o processo eleitoral costuma ser comparado a uma maratona, este ano a disputa se assemelha mais a uma corrida de 100 metros rasos, com os candidatos se lançando ao sprint em busca da vitória em um espaço de tempo surpreendentemente curto.
Uma das primeiras observações é a ausência da grandiosa aliança que cercava o MDB nas últimas eleições. A coligação de 2020, que seguia a premissa do ex-governador Luiz Henrique de que “quanto mais, melhor”, desfez-se, deixando os partidos trilharem caminhos separados. Agora, cada candidato precisa avaliar cuidadosamente suas estratégias e coligações formadas.
Molina do Ari (MDB), almejando herdar votos da retumbante vitória do ex-prefeito Ari Vequi, tem como único aliado o Podemos, representado pelo Dr. Osvaldo, partido que já abrigou Ciro Roza em pleitos passados. Além disso, o apoio do pastor Gilmar agrega um importante segmento do eleitorado evangélico.
Simas (PP), por sua vez, lidera uma coligação de partidos e figuras tradicionais da política local, como Ciro Roza, Ivan Martins, Jones Bósio, Bóca Cunha e o candidato a vice, Danilo Rezini (PSD).
Embora tenha alcançado 15 mil votos na última eleição para deputado, Simas agora enfrenta o desafio de mostrar seu capital político em uma disputa majoritária, sem contar com o apoio de lideranças que agora estão em campos opostos.
Paulo Eccel (PT) também é um rosto familiar nas urnas, com um histórico de 10 a 12 mil votos em eleições anteriores. Ele deve estar de olho nos 16 mil votos que Lula obteve em Brusque em 2022, ciente de que, mesmo não garantindo a vitória por si só, essa quantidade pode ser suficiente caso os votos se dividam entre os outros candidatos. O PSDB entra na coligação, trazendo consigo a presença da Enfermeira Dida Mafra (PSDB), o que, embora tenha causado dissidências no partido, é uma estratégia que pode render votos por representar uma novidade, além de ser a única mulher na disputa.
André Vechi (DC) ganhou o cobiçado apoio do PL, representado pelo vice Deco Batisti (PL). Com a memória dos eleitores ainda fresca em relação a Bolsonaro, o partido possui um grande número de políticos eleitos, o que deve contribuir para a campanha com muitas presenças na cidade nas próximas semanas. Além disso, chama a atenção o expressivo número de vereadores apoiando a chapa.
Em uma corrida tão acelerada, sair na frente é fundamental. Neste momento, é impossível apontar com certeza quem conquistou essa posição privilegiada. A eleição se mostra claramente aberta, sem um favorito claro, o que exigirá das campanhas muita estratégia, recursos e contato direto com os eleitores.
Aqueles que têm em mente as coligações de 2020 podem se sentir confusos ao observar as atuais movimentações políticas: partidos mudando de lado, políticos apoiando candidatos de outras legendas e uma diversidade de coligações sem conexão ideológica, revelando que a busca pelo poder é o fator dominante.
No entanto, para os que acompanham a política de perto, essa dinâmica não é novidade. A corrida eleitoral em Brusque, mesmo em seu formato veloz, ainda guarda espaço para as estratégias políticas tradicionais que moldam as eleições há muito tempo.